De novo, a mesma coisa. A torcida do Real Madrid já não aguenta ver a história se repetir. Mais uma vez, Florentino Pérez assumiu a presidência do clube mais badalado do mundo e injetou milhões e mais milhões de euros nos cofres. Como na sua última gestão, em 2004 (quando montou a primeira era “galática”, com Figo, Beckham, Owen, Zidane e cia), gastou fortunas em reforços, e mesmo assim não consegue fazer mais sucesso que seu arqui-rival, o Barcelona. Com mais uma eliminação na Champions League, o Real mais uma vez provoca uma dúvida em seus torcedores.
Mas, como explicar mais uma das milhares de crises que já rondaram o Bernabéu, e essa com certeza não será a última, do Real? Estrutura, melhores jogadores e dinheiro farto. E sem sucesso. Os 219 milhões de euros que Florentino gastou com reforços na última janela de transferências ainda não fizeram o efeito esperado. Das principais contratações, Cristiano Ronaldo, Benzema e Kaká só o português tem justificado o investimento. Mesmo que tenha ficado um período fora dos gramados por contusão, Ronaldo vem fazendo a diferença nos últimos jogos. O francês nem titular é mais, perdeu a vaga para o coadjuvante, mas artilheiro do Campeonato Espanhol, o argentino Higuaín. E a situação mais preocupante e crítica é a do brasileiro. Kaká vem encontrando muitas dificuldades de achar o futebol dos bons tempos do Milan, muito por causa da velha pubalgia, que não tem cura, o novo esquema do time e o treinador. Desgastado com a torcida, agora o meia vem falando publicamente que tem alguns problemas internos no elenco merengue. Poderá ser vendido na próxima janela.
Os problemas extra-campo também tem atrapalhado a vida do clube de Madrid. Ainda sendo o clube mais rico do mundo, viu suas receitas caírem, como o número de camisas vendidas. Com uma gestão atrapalhada, Florentino Pérez agora encontra dirigentes contra si próprio, querendo sua saída da presidência. Além disso, o técnico Manuel Pellegrini está sendo alvo e vem sendo considerado o culpado pelos torcedores por mais uma eliminação na Liga dos Campeões, a sexta vez consecutiva que o time cai nas oitavas-de-final da competição. Muito se especula na saída do atual treinador, e pela política do clube isso é provável que aconteça. Nomes não faltam para substituí-lo. Já se falou em Felipão, e agora também em José Mourinho e Rafa Benítez.
Enquanto isso, o grande rival Barcelona, sem fazer loucuras para contratações e mantendo a sua base, continua por cima, vindo de uma temporada onde ganhou tudo que disputou, fazendo inveja a Florentino, que gastou, mas não levou nada. O filme de 2004 parece começar a se repetir, com o mesmo presidente e uma nova era galática, e com gastos astronômicos. Como o título já diz, dinheiro não é tudo. O torcedor do Real Madrid terá que passar por isso de novo?
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