É o torcedor vascaíno que sofre

Postagem feita por mim para o Blog Brasil Manchete

O Vasco voltou a campo nesta quinta-feira, pela terceira rodada da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca. Jogo no Engenhão, contra o Boavista. Reabilitação? Vontade? Garra? Vitória? Torcida satisfeita e feliz? Nenhum destes panoramas foram vistos na partida.

Pelo contrário. O cenário deste jogo foi o mesmo cenário das últimas duas apresentações (se é que podemos chamar de apresentação o que o Vasco anda jogando). Atletas apreensivos, nervosos e visivelmente sem muita vontade. Isto resulta no que mesmo? Ah, derrota, é claro, mais uma vez.

E quem sofre é o torcedor, sempre ele. Que não se cansa de ir ao estádio, mesmo que for para xingar, pois ele para ingresso e tem direito. É ele que defende seu clube até não poder mais, que sempre vê uma esperança no fim da escuridão de um caos. Este sim, pode dizer que está sofrendo mais que todo mundo. Mesmo com o sentimento de vergonha, ele não desisti. Mas paciência tem seus limites.

E o torcedor vascaíno tem todo o direito de dizer que sua paciência foi por água abaixo. Com toda razão. Em mais uma pífia, vergonhosa, irritante e deplorável atuação, o Vasco acumula sua terceira derrota consecutiva no Campeonato Carioca e vê suas chances na Taça Guanabara praticamente acabarem. Na primeira partida com o time completo, o cruzmaltino não fez valer os reforços dentro de campo. Tirando os primeiros quinze minutos da etapa inicial, quando a equipe conseguiu algumas jogadas ofensivas com Eder Luis e Fágner pelo lado direito, o resto do jogo foi puro retrato do time nos dois primeiros jogos. Logo aos 16 minutos, Tony marcou o gol da abertura do placar para o Boavista, numa falta que demostrou a apatia do time dentro de campo. Ainda mais nervosos, o time perdia chances na frente e tomava o segundo atrás, em mais uma tremenda falha da defesa. Sem mais desculpas. Anderson Martins e Dedé estavam em campo. Sem saber o que fazer, PC Gusmão sacou o inoperante e lento Felipe para colocar Jeferson, tentando a reação na segunda etapa.

Para mostrar o desespero vascaíno, o zagueiro Dedé teve que dar uma de "homem de criação" da equipe, que não tinha meias competentes para criar jogadas. Foi do próprio zagueiro, aliás, que saiu a jogada do gol cruzmaltino, aos 11 minutos. Levantamento de Dedé na área a Marcel faz de cabeça, diminuindo o placar. A torcida, que antes reclavama com razão, começou a apoiar o time. Mas de anada adiantou. Foi o Boavista que chegou perto do terceiro, com uma bola na trave de Fernando Prass. Os jogadores ofensivos do Vasco parecem que se esconderam, a equipe não criava quase nada. A exceção de dois lances de penalidade máxima, ambos não marcados pelo árbitro da partida, erradamente. Já não bastava se prejudicado pela arbitragem, estar perdendo mais um jogo e não assustando o adversário, a coisa ficou ainda pior. Aos 43 minutos, para fechar de vez o caíxão cruzmaltino, André Luis decretou os 3 a 1 do Baovista pra cima do time da Colina.

O torcedor vascaíno seria totalmente compreendido se falasse que está com vergonha da equipe neste momento. De um grupo de jogadores, comissão técnica e diretoria incopetentes estarem a frente de um clube que tem uma história de muitas glórias e conquistas no passado, mas que no presente não representa absolutamente nada do que já foi. Mas não, vascaíno que é vascaíno de verdade tem esperança, vê um solução em tudo, e não deixará de comparecer, mesmo que for para reivindicar o seu verdadeiro Vasco, aquele que é o time da Virada, brigador, lutador, contra tudo e contra todos. Coisa que a atual equipe não vem mostrando. A impressão que ficou, principalmente nesta partida, é de que os atletas possam querer sim estar afim de derrubar PC. Este caso deve ficar a cargo da diretoria vascaína, que até agora de mostrou inoperância e inexperiência no assunto. Enquanto isso, é o torcedor que sofre. Domingo teremos clássico contra o Flamengo. Já comentei aqui, sempre esperamos uma melhora. Bom, a sempre uma luz no fim do túnel. E o torcedor sabe disto. Mesmo da forma mais sofrível possível.