quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A mesma genialidade e o mesmo problema

Nesta quarta-feira o Santos entrou em campo para sua estreia no Mundial de Clubes, disputado no Japão. No estádio de Toyota, o peixe convivia com a ansiedade de uma estreia numa competição tão importante e contra um adversário desconhecido. Porém, tudo isto foi deixado de lado, e, quando a bola rolou, o alvinegro confirmou seu favoritismo, venceu bem o Kashiwa Reysol, com destaque para seus principais jogadores, mas também com algumas preocupações que devem assolar o time.

Explorando principalmente a individualidade de seus jogadores, o Santos chegou aos dois primeiros gols logo no começo da primeira etapa, viu o Kashiwa diminuir, mas depois fez o terceiro, levou certa pressão, porém confirmou a vitória e a vaga para a grande final do próximo domingo. Agora, o peixe espera o vencedor do confronto entre Barcelona e Al-Sadd, do Qatar, para conhecer seu adversário na decisão do Mundial.


O peixe, na etapa inicial, encontrou dificuldades para encaixar seu jogo, principalmente nos primeiros minutos de partida. Viu o Kashiwa, do técnico brasileiro Nelsinho Batista, trocar passes no meio-de-campo e tentar chegar também pelas extremidades do gramado. Mas nada que encomodasse o goleiro Rafael. Aos poucos, o talento individual dos jogadores santistas começou a aparecer. Neymar mostrava seu repertório, assim como Ganso ditava os passes. E foram destes dois pés, os mais "badalados" da equipe brasileira, que saiu o primeiro gol. Paulo Henrique tocou no meio para Neymar, que cortou a marcação, jogou para o pé esquerdo e acertou um lindo chute, no ângulo do goleiro Sugeno. Logo depois, o peixe marcou o segundo. Borges fez o pivô e, diante de três japoneses, girou e bateu na gaveta do arqueiro do Kashiwa. 2 a 0 para tranquilidade dos comandados de Muricy Ramalho, que administraram o marcador e não deixaram o adversário assustar o goleiro Rafael.


Na segunda etapa, o time foi o mesmo, mas a pressão do Kashiwa Reysol se intensificou. Comandados pelos brasileiro Leandro Domingues e Jorge Wagner, os donos da casa se lançaram para frente, expondo o principal problema do time santista: a fragilidade na defesa. Principalmente com bolas paradas, os japoneses chegavam cada vez mais perto do gol de Rafael. E foi justamente numa bola parada que veio o desconto no placar. Jorge Wagner bateu escanteio e cruzou na medida para Sakai cabeçar nas costas da zaga praiana e marcar. Percebendo a dificuldade, Muricy pôs Alan Kardec, aumentando o poderio ofensivo da equipe. E novamente a vantagem de dois gols foi alcançada. Danilo bateu falta com tremenda categoria e marcou o terceiro. Depois disso, o Kashiwa se lançou mais ainda a frente, acertando a trave do peixe e assustando em alguns lances, fazendo a retaguarda santista acender a luz de alerta, mas nada que alterasse o marcador. 3 a 1 e vaga garantida na final.

Os destaques desta estreia do Santos no Mundial foram mais uma vez os principais jogadores da linda ofensiva do time. Neymar mais uma vez mostrou seu repertório para o mundo, com seus dribles e ritmos envolventes. Ganso foi mais discreto, porém ajudou muito na vitória, dando passes precisos no meio-de-campo e criando jogadas. Borges mostrou mais uma vez que tem cheiro de gol. Com a individualidade e genialidade de seus destaques, o peixe obteve a classificação. O jogo coletivo da equipe não se encaixou com o esperado, mas, por se tratar de uma estreia, isso até pode ser considerado normal. Mas, numa competição de tiro curtíssimo como é o Mundial, com apenas dois jogos, isso é um quesito que Muricy deve arrumar.

Porém, a preocupação maior dos santistas está voltada para a defesa. O ataque vai muito bem, obrigado, fazendo seus gols e suas jogadas geniais. Mas a linha de zaga ainda não se encaixou. O alerta vem sendo dado desde o início da temporada para o clube. No jogo de hoje foi percebida uma nítida fragilidade defensiva do time, que até sofreu uma certa pressão por parte do Kashiwa Reysol. A questão é se o Santos terá toda a capacidade de segurar o Barcelona, que todos sabem que é considerado o melhor time da atualidade.

Parar o Barcelona tem sido cada vez mais difícil, para qualquer equipe do planeta que enfrenta o time catalão. A missão é muito complicada, pois parar Messi e cia e suas tabelas envolventes é considerado quase impossível. A cobrança em cima dos defensores santistas existe, é claro, mas conseguir deter a linha ofensiva do Barça é complicadíssimo. Então, a aposta do peixe é nos seus homens de frente, para que continuem criando jogadas geniais e marcando gols. E a esperança é de que a defesa santista se encaixe (pelo menos por um momento) para encarar o todo-poderoso Barcelona, que lembramos que ainda precisa vencer o Al-Sadd nesta quinta-feira. O favoritismo foi confirmado e a vaga na final já está garantida. Agora é trabalhar (e muito) para encarar muito provavelmente o Barça, mantendo sua eficiência na frente e dando muita atenção defensivamente.

4 comentários:

  1. O Santos fez golaços, mas pecou na defesa, se perdeu na posse de bola pra esse time, pensa pro Barcelona/// Claro que tem aquela de que o time relaxou, e sem dúvida vai entrar mais organizado contra o Barça... espero...

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  2. Santos jogou o suficiente para ganhar do pífio Kashiwa, se jogar assim contra o Barça perde. Acho que tem que corrigir erros na zaga e creio que o Muricy tem competência suficiente para isso.

    Abraços

    Conexão Paulista

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  3. Gabriel, o Santos não chegou a passar sufoco contra o Kashiwa, mas precisa evoluir muito para enfrentar o Barcelona, o time Japonês teve uma posse de bola exagerada, contra um time do porte do Santos. Abraços!

    http://porpabloparaosapaixonadosporfutebol.blogspot.com/

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  4. Como já havia dito no meu comentário anterior, eu torci pro Santos mas já sabia que o Barça ganharia. O Barcelona, com um toque de bola envolvente e refinado não deixou o Santos jogar. O Santos apenas assistiu. Parecia que o time espanhol tinha 20 jogadores em campo.Onde a bola estava tinham pelo menos 3 jogadores do time do Barça. O brasileiro é muito individualista,precisamos re-aprender a jogar futebol. O Barcelona joga coletivamente e não arrisca,joga o simples mas eficiente.Não vi um chutão dos zagueiros espanhóis e não vi um chute de fora da área por parte do Barça.Eles re-inventaram o futebol em um esquema que aqui no Brasil, o técnico seria xingado e demitido (o 3-7-0). É possível jogar com esse esquema?O Barcelona mostrou que sim.Precisamos levar em conta 2 fatores:
    1- Metade do time do Barcelona é a Seleção da Espanha.
    2- Esse time joga junto a muito tempo.

    Fora isso o Barcelona não contrata por nome,por fama.Ele revela e contrata jogadores inteligentes e que se encaixam nessse esquema.Os jovens da base já treinam e jogam nesse esquema.Não é a toa que a Espanha é a melhor Seleção do Mundo. Repito: Precisamos re-aprender a jogar futebol coletivamente, deixar de lado o invidualismo.Até a p~róxima....

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