sexta-feira, 6 de julho de 2012

Fieis libertados: A histórica trajetória do timão campeão da América

 

A noite do dia 4 de julho de 2012 foi mais do que especial, histórica e inesquecível para o Sport Club Corinthians Paulista. O gigante do futebol nacional, depois de um longo período de espera, agonia e frustrações, finalmente chegou a sua maior obsessão, “libertando” toda uma nação de apaixonados e fieis torcedores de um antigo trauma. Antes um sonho, agora a mais pura realidade. O título da Taça Libertadores da América é preto e branco do Parque São Jorge, “maloqueiro e sofredor”, e, além de ser o primeiro da história do clube, veio de forma invicta, aumentando ainda mais a importância e a celebração do mesmo.

Esta história envolvendo Corinthians e Libertadores pode ser contada enumerando as diversas decepções que marcaram este trajetória, onde muitos capítulos de expectativas, confusões, provocações e imensas tristezas puderam ser evidenciados, principalmente pelo torcedor corintiano, que precisou esperar até a última quarta-feira para finalmente soltar o grito e ver seu time campeão da mais importante competição das Américas. Porém, todo este sofrimento de antes se iguala ou até fica abaixo da grande campanha que o time fez nesta edição, conquistando a taça de forma incontestável e muito merecida.


Depois de uma estreia tensa, onde a equipe conseguiu um empate fora de casa no maior “estilo corintiano” de ser, a equipe engrenou e passou com tranquilidade da primeira fase, terminando na primeira colocação do Grupo 6. Posteriormente, a equipe entrou na fase de mata-mata, onde o medo reinava por parte da fiel torcida, que já tinha perdido as contas das vezes em que o time foi eliminado. Porém, o time se mostrou muito maduro, entrosado e tranquilo, foi se fortalecendo a cada partida, e com isto fazia com que o caminho ficasse cada vez mais evidente para a inédita conquista. Nas oitavas, a equipe enfrentou o Emelec, onde definiu a classificação com uma vitória convincente no Pacaembu, depois de garantir o empate fora de casa no primeiro duelo.

Nas quartas-de-final, o duelo mais difícil desta caminhada. Uma equipe brasileira esperava o alvinegro. O Vasco, nos mesmos moldes do Corinthians, tinha uma equipe experiente, que estava encaixada e a muito tempo jogando junto. Assim, criou muitas dificuldades, sendo que a primeira partida acabou num empate sem gols, e com a classificação definida com muito sofrimento. 1 a 0 magro, com Paulinho sendo o herói, além do goleiro Cássio, que fez uma defesa antológica no lance com Diego Souza, tantas vezes já reprisado. Este lance com certeza ficará marcado na história do título corintiano.


 Depois da batalha contra os cariocas, mais um conterrâneo estava no caminho corintiano. E era um rival paulista de muito respeito. O atual campeão da competição, que contava com uma equipe liderada por Neymar. O duelo era muito esperado. Não foi tão complicado quanto se imaginava, mas também não foi fácil. Com uma vitória em plena Vila Belmiro na partida de ida e um empate no Pacaembu na volta, a equipe avançou mais uma importante etapa, chegava a final, e com isto a evidência do título ficava cada vez mais próxima.

A final, inédita para o clube, já era histórica, mas os jogadores e todos que faziam e fazem parte desta comissão alvinegra queriam realmente entrar para a história do Corinthians. E, na última batalha, a missão era derrubar o gigante Boca Juniors, seis vezes campeão da Libertadores. O primeiro jogo, no emblemático estádio de “La Bombonera”, foi bastante complicado. Pressão, catimba e bom futebol dos argentinos, que marcaram primeiro. Porém, a estrela do técnico Tite e principalmente de um garoto chamado Romarinho brilharam, este último entrando e marcando o gol que igualou a decisão e levar o capítulo final para São Paulo. Depois da primeira partida da final, tudo indicada que a taça dificilmente escaparia das mãos dos corintianos, que contava com todos os atributos de um verdadeiro campeão, passando por todo o trabalho realizado dentro do clube e também contando com a sorte dos vitoriosos.


Até que se chega o grande dia da final, tão esperado por um clube que já passou pelo seu centenário, mas que festejou sua mais cobiçada conquista depois dele. Pacaembu recheado de expectativas, nervosismo e sonhos querendo se tornar realidades em forma de um título continental tão cobiçado. E tudo que já estava caracterizado tomou forma do jeito todo especial que os corintianos esperavam. Depois de um primeiro tempo que começou bastante complicado, onde o nervosismo tomou conta até de alguns experientes jogadores, o time se soltou, impôs seu futebol já conhecido e fez a alegria de sua torcida. Marcando com uma raça descomunal, correndo por cada centímetro do gramado e disputando cada bola com muita vontade, e sem esquecer de seu futebol, o timão marcou duas vezes com Emerson (o melhor jogador do jogo), derrubou o Boca e conquistou de forma invicta o primeiro título da Libertadores de sua história, para uma explosão fora do comum dos milhões de torcedores espalhados pelo mundo.

Toda esta trajetória vitoriosa do Corinthians pode ser justificada por fatores que todos já conhecem e viram dentro e fora de campo durante toda a campanha da equipe na competição. A começar pelo trabalho de toda a diretoria fora das quatro linhas, que correu atrás em busca de manutenção da equipe que foi campeã brasileira no ano passado, e ainda trazendo reforços para as posições carentes e peças de reposição, formando uma equipe muito forte em todos os setores. 


É muito destacável ainda a grande competência do trabalho feito pelo técnico Tite, com certeza um dos grandes responsáveis pelo título corintiano. Quem não se lembra quando ele chegou ao Parque São Jorge, cheio de desconfiança por parte de muita gente? Pois é, com muita inteligência, planejamento e calma, o treinador formou toda uma “espinha-dorsal” de um time forte no ataque e principalmente na defesa, onde todos marcam e cada jogador se ajuda, onde a arma foi a forte marcação e a velocidade nas investidas ofensivas, além da já tradicional raça, mas que nesta equipe ficou mais evidente ainda. Além disso, sua estrela foi também muito grande. Hoje, Tite passou a ser muito mais respeitado do que era quando chegou, vive seu “auge” e entra definitivamente para a história do clube.

E, com certeza, não poderíamos deixar de lembrar de todos os jogadores que fizeram parte deste elenco vitorioso na trajetória da equipe até a conquista da América. Como já foi dito no parágrafo anterior, a vontade, a garra e a raça desta equipe merece ser destacada, e ficou nítida em todos os jogos da competição. A gana de fazer história pelo clube parece que instigou ainda mais os atletas, que conseguiram formar um time campeão. A característica da equipe foi com certeza o conjunto, sem nenhum craque que se destaca sozinho, mas sim um time fechado que se ajuda e faz o conjunto ser muito forte. Do goleiro ao atacante, todos se destacaram, uns com mais alardes, mas em geral a força dos onze jogadores dentro de campo e mais os suplentes que levou o time a chegar onde chegou.


 A espera se acabou. E, junto com ela, várias piadas, gozações de rivais e o grande “trauma da América”. Agora, o Corinthians pode sim dizer que é campeão da Libertadores, e com certeza com todos os méritos possíveis, de forma invicta e incontestável. Parabéns ao clube e a fiel torcida corintiana, que esperou por este momento por tanto tempo e demonstrou ainda mais seu amor pelo time nesta conquista, e que agora estão “libertados”. Libertados: este é o sentimento corintiano neste momento, e pode traduzir este grande, inédito de histórico título da Libertadores.

6 comentários:

  1. Gabriel,

    o timão foi campeão de fato e de direito, um título com autoridade. Parabéns ao timão!!!

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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  2. Indiscutível título do Corinthians, merecido. Mas o que me chamou a atenção foi o fraco futebol do Boca Juniors. Riquelme destruiu o Grêmio em 2007 e pouco fez nesta final.

    www.gremista-sangueazul.com

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  3. Com certeza o futebol é o esporte que os brasileiros são mais apaixonados, a paixão vem do berço com o incentivo principalmente da parte do pai, que normalmente acaba influenciando o filho a torcer para o time do coração dele. Isso faz com que a criança cresça com a vontade de assistir cada jogo do seu então time do coração e torcer para que a rede do adversário balance várias vezes.

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  4. O futebol é um esporte fantástico nenhuma modalidade esportiva passa a mesma emoção para a sua torcida, não existe palavras para explicar a sensação que um torcedor sente ao ver um chute certeiro estufar as redes de proteção adversaria em uma final de campeonato.

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