Um longo caminho para um curto tempo

Volta ao país depois de quase um ano. Um adversário fraco e em crise. Estádio lotado. Equipe modificada. E o mesmo panorama, infelizmente. Só pelo título deste post já percebemos que a coisa continua bastante preocupante pelos lados da seleção brasileira, que, nesta quinta-feira, feriado da independência, mais uma vez entrou em campo e permaneceu deixando o torcedor bem confuso e temendo pelo futuro da equipe. Contra a África do Sul, o Brasil não demonstrou muitas novidades em relação aos últimos jogos realizados. Pelo menos no que se diz respeito ao desempenho dentro de campo. Time confuso, com muitas dificuldades, sem um padrão de jogo e se batendo em muitos lances, mostando que o caminho até o Mundial de 2014 ainda é bem longo. Porém, o tempo vai passando, e cada vez mais as perguntas vão aumentando, sem respostas concretas e positivas.

Mano Menezes entrou em campo com uma seleção um pouco modificada. A principal novidade foi a entrada de Lucas, atuando pelo lado direito do ataque. Mas, com um adversário bem postado na defesa, as dificuldades logo apareceram. No primeiro tempo, a seleção esbarrou na forte marcação dos sul-africanos. Nem as jogadas individuais dos nossos jogadores davam certo, e muito menos as triangulações do setor ofensivo. O meio-campo estava bastante confuso, mesmo com Ramires atuando como um "elemento-surpresa", coisa que não aconteceu. Oscar atuava muito recuado, isolando os atacantes, que praticamente não criaram oportunidades de gol. Com um time sem movimentação, a partida foi dura de se assistir no primeiro tempo.

Na segunda etapa, o jogo ficou mais franco e aberto, com a África do Sul se expondo mais e chegando com perigo do gol brasileiro. A defesa em alguns lances acabou "batendo-cabeça", porém o goleiro Diego Alves acabou segurando as investidas adversárias. Enquanto isso, o ataque continuava quase que inoperante, somente com mais movimentação por parte dos jogadores. Oscar continuava recuado, e as jogadas apareciam mais pelos lados do campo, principalmente pelo esquerdo. Neymar preferia se jogar do que arriscar uma investida mais aguda. Damião permanecia isolado, e o resultado se encaminhava para mais um melancólico zero a zero. Porém, coube a Hulk, que entrou no decorrer de partida, soltar a bomba e estufar as redes, marcando o gol da vitória nada convincente, animadora e entusiasmática da seleção brasileira.

Depois da partida desta sexta-feira, ficou mais do que evidente, pra quem ainda tinha alguma dúvida, que o Brasil tem um longo caminho pela frente até a Copa do Mundo de 2014. O tão esperado e comentado padrão de jogo está longe de ser visto. Mano Menezes, com dois anos sob o comando da seleção, continua por fazer inúmeros testes, coisa que complica e muito esta questão do padrão na equipe. Muitos jogadores e poucas respostas. O tempo vai se passando, o torcedor brasileiro vai vendo a maioria das grandes seleções já ajeitadas, enquanto a nossa continua empacada.  A dificuldade do trabalho de Mano fica evidente, é verdade. Além de não disputar as Eliminatórias e sem quase nenhuma competição a se disputar, dentro dos amistosos existentes, quase todos são contra seleções de pouca expressão e bom futebol, o que dificulta todos os testes que estão sendo feitos. Porém, isto não pode ser desculpa e justificativa para as atuações que o Brasil vem mostrando.

 

Mesmo com tudo isso, tudo parece estar muito atrasado, e ninguém pode saber se haverá tempo hábil para o cenário se ajeitar, visando uma grande responsabilidade em 2014. As vaias e os protestos no jogo de ontem demonstram a instabilidade e o descontentamento de todos com o atual realidade da equipe. Continuo com a opinião de que Mano Menezes deveria se afastar do comando da seleção, para quem sabe o time começar a finalmente demonstrar alguma coisa de animadora. Mas este fato provavelmente não vai acontecer, até pelas declarações do presidente a CBF. O tempo vai ruindo, as atuações permanecem muito fracas e as perguntas aumentam cada vez mais. Enquanto isso, nós torcedores vamos lamentando cada partida da seleção, esperando dias melhores. Dias estes que parecem distantes atualmente.