Taça das Bolinhas: Um grande rolo dos nossos dirigentes

A Taça das Bolinhas foi criada com o propósito de ser dada em definitivo ao clube que conquistasse o Campeonato Brasileiro três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas. O que era para ser apenas uma bonificação para uma equipe supercampeã, acabou virando motivo de brigas e muitas discussões no futebol brasileiro.

Mas, finalmente, parece que esta história irá acabar. A CBF finalmente se tocou e decidiu mexer seus pauzinhos através de seu presidente. Ricardo Teixeira confirmou que encomendou um estudo ao departamento jurídico da entidade para decidir o futuro e o destino do troféu. A decisão definitiva deve sair em meados de abril.

Primeiramente, vamos explicar a história por completo, onde e quando ela teve início. Em 1987, o Flamengo foi campeão do módulo verde da Copa União (que seria a Série A) e o Sport venceu o módulo amarelo (a Série B). O regulamento previa cruzamento entre os dois primeiros colocados de cada torneio, mas Flamengo e Internacional, vice-campeão do módulo verde, se recusaram a disputar o quadrangular com Sport e Guarani. A CBF então declarou o time de Recife campeão, decisão que foi confirmada em maio de 1994 em uma sentença do Tribunal Regional Federal. A Confederação Brasileira de Futebol considera o Sport campeão brasileiro de 87, resultado que persiste até hoje. Mas, o Flamengo, com o título do ano passado, se considera hexacampeão brasileiro, enquanto a CBF o considera penta.

É aí que entra o São Paulo. O tricolor já tem no currículo seis títulos do Campeonato Brasileiro (1977, 1986, 1991, 2006, 2007, 2008). Na teoria, então, o clube já deveria ter ganho a taça das bolinhas, certo? Mas o Flamengo, que se considera penta primeiro que o São Paulo, não deixou a taça ir para o Morumbi. E o rolo já se tinha feito. O time carioca até já levando a taça, quando ganhou o Brasileirão de 1992, mas não ficou com ela em definitivo. Se a CBF acha que o Flamengo é só penta e não hexa, então o troféu teria que ter ido para o São Paulo, já que o tricolor ganhou o pentacampeonato antes (no caso, em 2007). Mas, como nós todos sabemos, o futebol no Brasil é uma bagunça geral, onde organização é uma palavra que não consta no dicionário dos nossos dirigentes, que parecem querer complicar as coisas. E são os torcedores que pagam o pato, não podendo dizer se seu time é penta ou hexa, e assim vai. E ainda teremos uma Copa do Mundo aqui. Meu Deus do céu...

Tomara que esse impasse seje resolvido o mais breve possível, porque já não aguentamos mais ficar ouvindo essa história que, vira e mexe, acaba aparecendo e ganhando espaço na mídia esportiva. Agilidade, altoridades.