Meio de semana com rodada de Liga dos Campeões da Europa e Taça Libertadores da América sempre é promessa de grandes jogos e atletas se destacando com ótimas atuações e muitos gols. E as rodadas ficam mais especiais ainda quando temos em campo jogadores com o estigma de craque e que podem decidir partidas sozinhos, com lances mágicos que entram para a história. Lionel Messi e Neymar se enquadram nestas características, e provaram ontem que são realmente os donos da bola no futebol atualmente.
Vamos começar falando do melhor jogador do mundo. Duelo de volta pelas oitavas-de-final da Liga dos Campeões. Em campo, Barcelona x Bayer Leverkusen, no Camp Nou. O duelo de ida já havia permitido que o time da casa abrisse uma boa vantagem. Porém, nem o time catalão e muito menos Messi se importaram com isso, e apresentaram mais uma vez seus arsenais e repertórios com extrema categoria, qualidade, habilidade e genialidade. O argentino surgia de todos os lados do campo, com a bola dominada sempre muito próxima não só do seu pé bom, o esquerdo, mas também do "pé ruim", que, quando se fala de um craque, não existe. Tanto é que ele marcou também com o pé direito. Ao todo, foram cinco gols na goleada por 7 a 1 do Barça, que garantiu a equipe nas quartas-de-final da competição.
E, para quem já tinha se encantado com Lionel Messi, ainda veria mais um show particular no mesmo dia, só que em outro continente e em outra competição de clubes importantíssima, com outra jóia em campo. Este mais precoce, mais jovem, com menos experiência, mas com a mesma categoria de craque. Este não argentino, mas sim brasileiro, para a nossa felicidade. Neymar já havia provado na temporada passada o quanto pode desfilar seu bom futebol nos gramados. E, logo no comecinho da temporada 2012, ele já está voando. No Campeonato Paulista ele já estava provando toda sua qualidade. Porém, no jogo de ontem, contra o Internacional, pelo segundo jogo do Santos na Taça Libertadores, ele resolveu realmente mostrar porque é a maior esperança da nossa seleção para a Copa do Mundo de 2014.
Ele marcou os três gols da vitória santista por 3 a 1 na Vila Belmiro, com destaque para os dois últimos gols. Em duas arrancadas geniais, Neymar arrancou aplausos de todos, inclusive dos colorados, que reconheceram toda sua qualidade técnica. E, já que falamos de Messi, o craque brasileiro não queria ficar para trás e anotou dois gols com a marca do argentino: velocidade e bola dominada muito próxima do pé, parando só no fundo das redes, para espanto do Brasil e de todo o mundo. Aliás, mais uma vez espanto, ou até nem mais isso, pois as "peripécias" de Neymar dentro de campo só ficam mais frequentes a cada atuação da nossa jóia rara.
Podemos considerar tanto Messi como Neymar como os principais gênios da bola na atualidade, pelo expressivo número de gols que marcam e por toda a qualidade que apresentam dentro de campo. Ambos apresentam características diferentes. Messi é mais experiente, tem mais poder de decisão, velocidade e objetividade. Neymar tem o estilo mais driblador, moleque, sem deixar de ser protagonista. Porém, mesmo com as diferenças, ambos representam um fator muito importante no futebol mundial: a volta de magia e da alegria de se ver e jogar bola, de reverenciar dois craques atuando pelos seus clubes, e que são as grandes esperanças das suas seleções daqui pra frente. Podemos comemorar também que eles ainda são muito jovens, tem muito caminho para percorrerem ainda, e prometem dar muitas alegrias e surpreender ainda mais os torcedores e apreciadores do futebol bem jogado.
Lembramos aqui que não estamos comparando ambos: Messi já foi o melhor jogador do mundo três vezes, joga na Europa, disputou Copas do Mundo e atua em um clube de ponta internacionalmente falando. Neymar surgiu a pouco tempo, ainda é precoce, e, apesar de já ter se tornado uma realidade no futebol mundial, ainda necessita de quesitos para chegar onde o argentino está hoje. Mesmo assim, podemos afirmar que dá muito gosto de ver ambos atuando e jogando por diversos campos no mundo, e dizer que são sul-americanos, de países rivais, como são Argentina e Brasil. Alguns até diriam que a nostalgia do futebol antigo teve volta nem que fosse por pouco tempo, com as atuações de Messi e Neymar neste início de ano. E, convenhamos, se voltou ou não, fato é que é muito bom vermos hoje dois craques atuando desta maneira. E o futuro nos reserva muito mais.