segunda-feira, 28 de junho de 2010

Com autoridade e tranquilidade, Brasil vence Chile e avança às quartas-de-final

A seleção brasileira mudou seu repertório da má atuação contra Portugal no último jogo, venceu muito bem o Chile, nesta segunda-feira, por 3 a 0, e está classificado para às quartas-de-final da Copa do Mundo. Agora, o Brasil enfrenta a Holanda por um vaga nas semifinais do Mundial.

Para quem esperava um jogo duro, os primeiros minutos de partida foram de atenção. Nos cinco minutos iniciais, o Chile bem que tentou complicar as coisas para nossa seleção, subindo bem ao ataque, tendo a posse de bola e criando chances. A postura ofensiva dos chilienos, porém durou apenas por este período. Porque depois o Brasil impôs seu ritmo de jogo, e jogando do estilo que mais gosta, aproveitando os contra-ataques, foi chegando ao campo de ataque, recuperando a bola no pé e as oportunidades foram aparecendo. Luís Fabiano teve a primeira chance, mas chutou torto. Com toque de bola e chutes de fora da área, a seleção canarinho chegava com perigo ao gol chileno. E aos 34 minutos saiu o primeiro gol. Em cobrança de escanteio de Maicon, Juan escorou de cabeça no segundo pau para abrir o placar para o Brasil. Atacando, a seleção conseguiu o segundo aos 37. Na principal característica do time, o contra-golpe. Robinho achou Kaká na esquerda. O camisa 10 enfiou linda bola para Luís Fabiano, com frieza, limpar o goleiro Bravo e tocar para as redes.

Marcelo Bielsa promoveu as entradas de Tello e Valdívia na segunda etapa. Mas o panorama não mudou. O Chile tinha dificuldades de chegar ao ataque. O Brasil desperdiçava oportunidades nos espaço deixados nos contra-ataques, errando alguns passes bobos. O terceiro gol saiu aos 14 minutos. Ramires chegou de trás, se livrou de dois marcadores e rolou para Robinho, com categoria, botar a bola no canto esquerdo de Bravo, desencantando assim no Mundial. Não sofrendo sustos, nossa seleção tentou não ter nenhum jogador suspenso para a próxima partida. Dunga sacou Luís Fabiano, que estava pendurado, para a entrada de Nilmar. Porém, outro pendurado, Ramires acabou tomando cartão amarelo e desfalca o time contra a Holanda. A partida ficou morna nos últimos vinte minutos, com uma chance de gol para cada lado. Pelo Brasil, Robinho chutou cruzado e a bola triscou a trave. Pelo Chile, Suazo chutou bola que Júlio César raspou, que ainda viu a bola pegar no travessão. Dunga ainda promoveu duas estreias, as de Kleberson e Gilberto, nos lugares de Kaká e Robinho. Com a defesa muito bem postada, confiante e segura, a seleção canarinho não teve dificuldades para administrar o placar e garantir a classificação.

Agora temos a Holanda pela frente, nas quartas-de-final. Jogo duro. A laranja mecânica tem o estilo já tradicional de jogar para frente, com três atacantes e meias que apoiam. Atenção com os principais jogadores, Sneijder, Robben e Van Persie. Os europeus tiraram a Eslováquia, venceram por 2 a 1, mesmo sem jogar brilhantemente, coisa que quase nenhuma seleção vem fazendo neste Mundial. O Brasil jogou muito bem, com mais uma vez a defesa se destacando, com Lúcio e Juan fazendo uma partida impecável. O meio-de-campo ficou mais veloz com a entrada de Ramires na vaga de Felipe Melo, que deve voltar no jogo contra a Holanda, pela suspensão de seu substituto. Gilberto Silva acertou quase todos seus passes, e Kaká, mesmo não tão inspirado, foi importante. Robinho recuperou o bom futebol, e Luís Fabiano vem fazendo gols. A seleção holandesa tem um ataque bem qualificado, mas possui uma defesa que não é das melhores. Jogando como o Brasil gosta, temos tudo para passar pelos holandeses. Mas deveremos ter atenção, sem subir no salto. Como Dunga diz, "Um passo de cada vez".

domingo, 27 de junho de 2010

Repetindo o filme de 2006, Argentina vence México e encara Alemanha nas quartas

No segundo jogo do domingão de Copa do Mundo, Argentina e México jogaram por uma vaga as quartas-de-final no Soccer City, em Johannerburgo. O vencedor enfrentaria a Alemanha na próxima fase do Mundial.

Favorita, a Argentina viu o México atacar no início de partida, já tendo duas boas oportunidades de abrir o placar. Uma delas num chutaço de fora da área de Salcido, que explodiu no travessão do goleiro Romero. Melhores na partida, os mexicanos continuavam pressionando em busca do primeiro gol, levavam mais perigo, e conseguiam neutralizar bem as investidas argentinas, que também chegavam ao ataque, mas tinham dificuldades de penetrarem na defesa adversária. E com a ajuda do apito, os argentinos "acharam" um gol e abriram o placar, aos 26 minutos, mudando completamente o rumo da partida. Messi acertou belo passe da entrada da área para Tevez. O atacante dividiu com o goleiro Perez e a bola acabou sobrando para o melhor do mundo, que deu um toquinho por cima do arqueiro mexicano, que já estava caído, para Tévez raspar de cabeça (completamente impedido) e fazer o primeiro, com muita reclamação dos jogadores mexicanos, que não se conformavam com a marcação. O gol atordoou o México, que parou de atacar e sofria para sair jogando. E numa destas saídas de bola veio o segundo gol argentino, aos 33 minutos. Osório dormiu no ponto, Higuaín lhe robou a bola, limpou o goleiro e tocou para o fundo das redes. Os mexicanos continuavam perdidos na partida, ainda pensando no erro da arbitragem no primeiro gol. A Argentina perdeu chances de ampliar o marcador. O primeiro tempo acabou com muita reclamação por parte de todos do México.

Na tentativa de conseguir alguma coisa na partida, o técnico mexicano Javier Aguirre sacou Bautista, que não fez nada na primeira etapa, e colocou Barrera no jogo. Porém, aos sete minutos, tudo veio por água abaixo. Tevez acertou um balaço de fora da área, no ângulo de Perez, fazendo o terceiro da Argentina. Aos poucos, o México voltou a jogar seu futebol, aparecendo no ataque e tendo chances. Barrera teve a melhor chance aos 24 minutos. Heinze salvou em cima da linha. Dois minutos depois, o México foi recompensado. O jovem atacante Hernández fez jogada individual, penetrou na área argentina e fuzilou Romero, marcando o de honra dos mexicanos. Os hermanos não conseguiam encaixar os contra-golpes, num dia pouco inspirado de Messi, mas seguraram bem o ímpeto verde e não tomaram sufoco. O melhor do mundo até teve uma chance no final da partida, mas Perez evitou o quarto. O filme contra a Alemanha se repitirá.

Por enquanto, o filme de 2006 vem se repitindo. Vitória contra o México, que mostrou ser um time com jogadores de qualidade na frente, mas com uma defesa não tão boa, e que caiu novamente nas oitavas. Agora, novamente vem a Alemanha pela frente, nas quartas-de-final. Jogo duro para ambas as equipes. O momento é favorável para as duas seleções, que tem em seus pontos fortes o meio-de-campo e o ataque. Os argentinos só não querem que a trajetória se repita como aconteceu no último Mundial. Isso só saberemos no sábado que vem. Mas já sabemos que irá ser um confronto de gigantes, que envolve história e rivalidade, e com certeza promessa de um jogão de bola para quem parar para assistir.

Alemanha encanta mais uma vez, goleia Inglaterra e passa as quartas com show

No maior clássico das oitavas-de-final da Copa da África, Inglaterra e Alemanha jogaram em Bloemfontein. Não havendo favorito, o jogo prometia bastante. Com talentos individuais e jovens promessas, o jogo era bastante aguardado por todos. E quem assistiu a partida não se decepcionou

A partida começou com a Inglaterra tendo mais a bola nos pés, mas não conseguindo penetrar na ótima zaga da Alemanha, que nas saídas rápidas de seus meias, criava chances. Até que aos 20 minutos, um chutão do goleiro alemão Neuer achou Klose no ataque. O atacante lutou contra o zagueirão Upson, escapou da marcação e bateu na saída de James, abrindo o placar. Os ingleses sentiram o gol, estavam perdidos em campo, não criavam jogadas e ainda davão espaços para os contra-golpes alemães. Em várias oportunidades, principalmente com Klose e Müller, pelo lado direito, os germânicos desperdiçavam chances de ampliar o marcador. Mas aos 32 minutos aproveitaram pra valer. Klose lançou Müller pela direita, que deu passe açucarado para Podolsky, pela esquerda, dominar e bater cruzado, vencendo James, fazendo o segundo. O sinal era de que a Alemanha caminhava para uma fácil vitória, até que aos 37 minutos a esperança do English Team renasceu. Após cruzamento de Gerrard, Upson escorou de cabeça, diminuindo o marcador. O gol acendeu de vez os ingleses, que logo na saída de bola, empataram a partida, num chutaço de fora da área de Lampard, que bateu no travessão e entrou 33 centímetros além da linha do gol. Porém, o árbitro e o bandeira, que estava mal posicionado no lance, mandou seguir o jogo e erradamente não validou o gol. O primeiro tempo acabou com a polêmica, que praticamente mudou o rumo do jogo.

Na segunda etapa, a Inglaterra voltou com tudo para buscar o gol de empate. Logo no início, Lampard acertou novamente o travessão, mas desta vez a bola não entrou mesmo. Os ingleses tentavam, mas não conseguiam furar o bloqueio da alta e bem postada defesa alemã. Apostando nos conta-ataques, a Alemanha se deu bem e decidiu a partida em duas saídas de contra-golpe fulminantes. A primeira, aos 22 minutos. Müller recuperou bola na zaga e fez longo lançamento para Podolsky na esquerda. O mesmo Müller correu para receber de volta a bola e fuzilar James, marcando o terceiro. E, aos 25, Özil, novamente pela esquerda, recebeu lançamento de Klose, se livrou da marcação e cruzou rasteiro para Müller marcar o segundo dele e o quarto da Alemanha, que matava a partida. A Inglaterra tentou atacar até o fim, mas viu os alemães tocarem a bola com categoria, fazerem o tempo passar e garantir a classificação as quartas-de-final, ainda eliminando um arqui-rival histórico. Foi um jogaço de encher os olhos.

Com um futebol para frente, onde até os volantes atacam, com uma defesa alta e sólida, com um meio-de-campo jovem, muito hábil e hágil, e com um ataque matador, a Alemanha voltou a encantar e dar show frente a um forte adversário. Mas do que nunca se credencia e ser um forte candidato ao título mundial. Desbancou a Inglaterra, que decepcionou neste Mundial, até pelos talentos individuais que tem, e agora espera o próximo desafio, que será contra Argentina ou México. Seja qual for o adversário, os alemães vão com tudo, numa qualidade que a muito tempo não se via no futebol alemão.

Uruguai e Gana são os primeiros classicados para as quartas-de-final da Copa

Neste sábado tivemos os primeiros confrontos da fase de oitavas-de-final da Copa do Mundo. E já está definido o primeiro jogo das quartas-de-final. Uruguai e Gana venceram partidas muito duras e, com méritos, se classificaram e se enfrentarão na próxima fase do Mundial da África do Sul.

Vamos começar pela partida entre Uruguai e Coreia do Sul, em Porto Elisabeth. Com um certo favoritismo e com o time mais ofensivo, o Uruguai começou o jogo sofrendo uma certa pressão por parte da Coreia, que assustou logo aos 3 minutos de jogo, com uma bola na trave, depois de cobrança de falta de Park Chu Young. Porém, aos 7 minutos, veio o gol da celeste. Após jogada de Forlán pela esquerda, o atacante chutou cruzado. A bola passou pelo goleiro e por toda a zaga sul-coreana, e encontrou Suárez, livre, para abrir o placar. O gol assustou os asiáticos, que não criavam mais, enquanto os uruguaios não se arriscavam no ataque e jogavam com tranquilidade na defesa, sem sofrer pressão. Apenas nos 15 minutos finais de primeiro tempo a Coreia voltou a criar oportunidades, e mesmo assim, sem muito perigo a zaga uruguaia. Já na segunda etapa, os sul-coreanos voltaram com outra postura e, desde o início, criaram uma blitz atrás do gol de empate. O Uruguai, acuado na defesa, mal passava do meio-de-campo, tendo seus atacantes não conseguindo armar os contra-ataques. As chances eram criadas, e o gol dos sul-coreanos parecia questão de tempo. E foi mesmo. Depois de muitas oportunidades, aos 23 minutos, depois de cruzamento, Lee Chung Yong aproveitou falha da até então não vazada defesa uruguaia e empatou o jogo. Os asiáticos ainda tiveram chance de virar o jogo logo em seguida, mas desperdiçaram. Com o gol tomado, o Uruguai voltou a agredir o adversário, chegando ao ataque com perigo e retomando o controle do jogo. E aos 30 minutos foram recompensados. Novamente Suárez, agora um dos artilheiros da Copa, acertou lindo chute no canto do goleiro asiático e deixou os uruguaios novamente na frente do marcador. A Coreia do Sul ainda tentou buscar o gol de empate, mas não conseguiu. Com muita garra e determinação, o Uruguai obteve a vaga e segue adiante no Mundial. A Coreia do Sul lutou bastante, mas não levou. Palmas também para os sul-coreanos, que desempenharam um bom papel nesta Copa do Mundo.

Na outra partida deste sábado, Gana e Estados Unidos duelaram em Rustemburgo pela vaga nas quartas-de-final. Entrando em campo com um esquema com três zagueiros, Gana pressionava a saída de bola adversária e conseguiu ter o domínio no início de jogo. E abriu o placar logo aos 5 minutos, na bela jogada de Boateng. A seleção africana continuava dominando todas as ações da partida, atacando e não deixando os Estados Unidos jogarem. Tanto é que aos 30 minutos, o treinador norte-americano Bob Bradley sacou Clark do time e pôs em campo o também volante Edu, que melhorou a equipe, que enfim conseguiu atacar e assustar os africanos. No intervalo, o técnico americano ainda sacou o atacante Findley e colocou o meia Feilhaber, brasileiro naturalizado. Com as mudanças, os EUA dominaram no início da segunda etapa, e assim como seu adversário fez na etapa inical, adiantou a marcação e criou as chances de gol. Gana se postou na defesa, apostando nos contra-golpes. Mas aos 17 minutos a igualdade saiu do marcador. Dempsey botou a Jabulani no meio das pernas de John Mensah, entrou na área a foi derrubado por Jonathan. Pênalti que Donovan converteu, deslocando o goleiro Kingson. Depois do empate, os americanos continuaram melhores na partida, criando as chances. O ténico Milovan Rajevac até promoveu substituições para tentar mudar a cara de Gana no jogo, mas elas não surtiram muito efeito. Somente no final da partida, quando os Estados Unidos tiraram o pé e deixaram os africanos crescerem. Mas a decisão foi mesmo para a prorrogação. E logo aos 3 minutos, Asamoah Gyan recebeu longo lançamento, dominou, ganhou de Bocanegra e fuzilou o goleiro Howard, desempatando o jogo para os ganeses. Na base da vontade, os norte-americanos foram com tudo ao ataque buscarem o gol da igualdade. Tentaram até o fim, mas não conseguiram. A vaga nas quartas ficou mesmo com Gana, que segue representando (e muito bem) todo o continente africano nesta Copa do Mundo. Os Estados Unidos mostraram que tiveram uma grande evolução no futebol, e devem incomodar ainda mais nos próximos Mundiais que virão pela frente. A situação só deve melhorar para os nore-americanos, que cada vez mais estão presentes no futebol.

Já está definido o primeiro confronto das quartas-de-final da Copa do Mundo da África do Sul. Uruguai e Gana deverão protagonizar um jogo muito equilibrado, que deverá contar não só com a técnica, mas acima de tudo com o coração. Favorito? Muito difícil apontar. Bastante igualdade no confronto. Neste domingo mais um jogo das quartas será conhecido. Poderemos ter um Inglaterra x Argentina, Alemanha x Argentina, México x Alemanha, Inglaterra x México. Enfim, o que vier só vai ser benéfico ao torcedor, que está gostando cada vez mais deste Mundial, que vem ganhando muita emoção, e só tem a ganhar daqui para frente.

sábado, 26 de junho de 2010

Com atuação abaixo da média, Brasil empata com Portugal e garante liderança

No jogo mais esperado do Grupo G da Copa do Mundo, Brasil e Portugal jogaram em Durban, e não correponderam as espectativas. Com um futebol burocrático, ríspido e sem qualidade, as duas seleções ficaram num chato 0 a 0, garantindo assim as vagas para as oitavas-de-final.

O jogo se resumiu em um primeiro tempo mais do Brasil e o segundo mais de Portugal. Na primeira etapa, com as diversas mudanças da seleção brasileira (as entradas de Daniel Alves, Júlio Baptista e Nilmar), a seleção portuguesa reforçou a marcação, congestionando principalmente o lado direito do ataque brasileiro. Fábio Coentrão anulou quase por completo Maicon, que não conseguia chegar ao ataque. Mesmo assim, o Brasil insistia pelas jogadas por ali, com Daniel Alves encostando no lateral brasileiro. Pelo outro lado, Nilmar, fazendo a função de Robinho, que foi poupado, ficava aberto pela esquerda, isolado, já que Michel Bastos não subia e Júlio Baptista pouco aparecia. Pelo lado português, Coentrão aproveitava aproveitava as tentativas de subida de Maicon e criava chances. Cristiano Ronaldo, jogando centralizado, pouco assustou no primeiro tempo, assim como toda sua seleção, que permanecia defendendo muito, e saindo nos contra-ataques, dificultando as coisas para a nossa seleção, que teve a maioria da posse de bola, e criou as duas principais oportunidades de gol na primeira etapa. Primeiro com Nilmar, que recbeu lançamento, pegou de primeira pela ponta esquerda para a defesa de Eduardo, ajudado ainda pela trave. Depois, Luís Fabiano recebeu cruzamento e testou reste a trave do arqueiro português. Somente com essas chances, o primeiro tempo foi marcado mesmo pelas jogadas duras, principalmente de Pepe, pelo lado português, e Felipe Melo, pelo lado brasileiro, que até acabou substituído ainda no primeiro tempo, pelas suas entradas duras, pelo cartão que já havia recebido e por uma pancada que levou do próprio Pepe. No total, foram sete cartões, todos amarelos, somente no tempo inicial de partida.

Na segunda etapa, as seleções voltaram sem alterações, e Portugal começou a se soltar, explorando sempre o lado esquerdo de ataque, com Cristiano Ronaldo aparecendo. Carlos Queiróz ainda reforçou o ataque colocando Simão no lugar de Dani. Aos 15 minutos, aconteceu a melhor chance dos portuguses no jogo. Em linda jogada de Ronaldo pelo lado direito, Lúcio (que mais uma vez se destacou na partida) cortou de carrinho a bola, que veio parar no meio da área, limpa para Raúl Meireles tocar e Júlio César fazer intervenção providencial, se machucando no lance. Com a defesa atrapalhada, o Brasil então tentou variar suas jogadas, tentando seus ataques pelo lado esquerdo, com Michel Bastos, que foi muito pouco eficiente, errando seguidos passes e cruzamentos. Com a parte de criação muito comprometida, já que também Júlio Baptista pouco se movimentava, Dunga tentou mudar a equipe, sacando o meia da Roma para a entrada de Ramires, e Grafite no lugar de Luís Fabiano. Mesmo com as alterações, tanto a seleção brasileira como a portuguesa pouco criaram e nos últimos 15 minutos de partida ficaram num jogo monótodo, tocando a bola e esperando o término de espetáculo, se é que isso merece ser chamado de "espetáculo", já que o empate classificava as duas seleções. Apenas aos 45 minutos, Ramires arriscou chute de fora da área, que desviou na zaga lusa e quase enganou Eduardo, que fez boa defesa. Muito pouco para duas equipes favoritas, principalmente para o Brasil, que mais uma vez mostrou deficiências e muitas dificuldades contra uma seleção mais fechada.

Como todos nós já esperavamos, nossa seleção não tem peças de reposição para nossos principais jogadores, numa eventual situação desfavorável de lesão ou cartão, como neste jogo. Júlio Baptista não pode ser o substituto de Kaká, pouco apareceu e não acrescentou em nada. Daniel Alves não jogou bem, mostrou falhas na marcação, mas está jogando deslocado. Elano deve voltar e cobrir esta ausência. Preocupações que podem vir a complicar a vida de Dunga e da seleção brasileira daqui para frente, nesta fase de mata-mata, onde não podem haver erros. O próximo desafio será contra o Chile, na segunda-feira, em Johannerburgo. O time de "El Loco" Bielsa já mostrou que pode complicar as coisas, tem uma equipe qualificada, com um bom meio-de-campo e ataque, mas que terá muitos desfalques na defesa. Pelo estilo de jogo dos chilenos, mais ofensivo, o Brasil pode se aproveitar e jogar como gosta, acertando a marcação e nos contra-ataques. Vamos esperar. Que não seje a mesma história deste jogo contra os portugueses, onde a seleção não mostrou nada de bom, jogou rasoavelmente no primeiro tempo e mal no segundo, mas podia errar. Agora não pode mais. É mata-mata, e não há margem para erros. Que a história seje diferente, e que nossa seleção siga adiante no sonho rumo ao hexa.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Itália dá vexame e é eliminada; Paraguai e Japão confirmam classificação

Nesta quinta-feira tivemos a definição de mais dois confrontos das oitavas-de-final. Definições dos grupos E e F. Pelo Grupo E, Itália e Eslováquia jogaram pela vaga, e ao mesmo tempo, Paraguai e Nova Zelândia. Os italianos, precisando vencer, acabaram tomando o gol dos eslovacos aos 25 minutos do primeiro tempo, com Vittek, aproveitando presente de De Rossi. A primeira etapa acabou com a Eslováquia e o Paraguai classificados. No segundo tempo, tivemos muita emoção no jogo entre as duas seleções europeias. Aos 28 minutos, novamente Vittek ampliou para a Eslováquia. Desesperados, os italianos diminuíram com Di Natale, aos 36. Mas Kopunek fez o terceiro dos eslovacos, e Quagliarella descontou aos 46 minutos. Fim de partida, Itália eliminada e Eslováquia classificada. No outro jogo, o Paraguai não forçou, ficou no empate sem gols contra a Nova Zelândia e garantiram o primeiro lugar do Grupo F. A Eslováquia mostrou um bom futebol, com jogadores de qualidade, toques bonitos e envolentes, desbancou os italianos e conseguiram a vaga, e podem ir além das oitavas. A Itália provou definitivamente que tem uma seleção envelhecida, fraca tecnicamente e com muitas dificuldades, no ataque, que custa para fazer gols, no meio, não tendo um criador nato de jogadas de ataque (Pirlo só jogou a segunda etapa deste jogo), e na defesa, antes o ponto forte dos italianos, agora fazendo erros infantis e tomando gols bobos. Os italianos não mereciam esse tremendo vexame. A atual campeã mundial despede-se da Copa do Mundo de forma mecancólica, não merecendo a classificação, mostrando um futebol decepcionante.

Pelo Grupo E, tivemos Holanda e Camarões, cumprindo tabela, apenas para a confirmação do primeiro lugar dos holandeses, e Japão e Dinamarca, batalhando pela vaga às oitavas-de-final. Precisando apenas do empate para se classificar, o Japão abriu o placar aos 17 minutos, com Honda, cobrando falta. Endo, aos 29, em nova cobrança de falta, ampliou para os asiáticos, que ficaram com a vaga nas mãos. Enquanto isso, a Holanda abria o placar aos 35 minutos, com gol de Van Persie. Na segunda etapa, Eto'o fez seu segundo gol no Mundial e empatou para Camarões, que já estavam eliminados, aos 18 minutos. No outro jogo, Tomasson diminui para a Dinamarca, aos 35, em rebote da cobrança de pênalti que ele próprio tinha batido. Huntelaar fez o gol da vitória dos holandeses sobre os africanos, aos 38 minutos, confirmando o primeiro lugar no grupo. E, aos 42, em linda jogada de Honda, Okazaki fechou a conta, garantindo a classificação japonesa a próxima fase. Com um futebol disciplinado, mostrando uma bela marcação e qualidade no ataque, o Japão surpreende e chega com moral ás oitavas-de-final. Já a Holanda, não sendo brilhante, mas eficiente, confirmou o favoritismo e, com a volta de Robben, só tem a melhorar daqui para frente.

Agora, teremos Holanda x Eslováquia e Japão x Paraguai nas oitavas. Duelos interessantes, com surpresas e, esperamos, com bom futebol, que a Copa do Mundo vem ganhando nos últimos jogos. Nesta sexta-feira têm Brasil em campo, contra Portugal, para garantir a primeira colocação e fugir dos cruzamentos complicados, e a definição de todos os jogos das oitavas-de-final do Mundial.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Placares magros, emoções e classificações

Nesta quarta-feira foram definidos mais dois confrontos da fase de oitavas-de-final da Copa do Mundo. Além das definições de terça-feira (Argentina x México; Uruguai x Coreia de Sul), tivemos mais quatro classificados, dois do Grupo C e dois do Grupo D.

Vamos começar pelo Grupo C. Inglaterra e Eslovênia se enfrentaram pela vaga. Ao mesmo tempo, Estados Unidos e Argélia duelavam, com os americanos tentando a classificação. Bastava um empate para a passagem da Eslovênia para a próxima fase, enquanto Inglaterra e EUA precisavam vencer. Até que aos 23 minutos do primeiro tempo, Defoe marcou o gol inglês, fazendo 1 a 0 no placar. Com o empate de 0 a 0 entre os norte-americanos e os argelinos, mesmo com a derrota, os eslovenos ainda estavam se classificando. Neste jogo, a Inglaterra finalmente mostrou um bom futebol e manteve o bom ritmo durante todo o jogo, fazendo os torcedores terem esperanças para a continuidade do Mundial. As principais peças da equipe, como Rooney e Gerrard, jogaram bem e ajudaram a seleção inglesa a vencer a partida. Com tudo definido no jogo em Porto Elizabeth, e com a classificações de Inglaterra e Eslovênia, olhos voltados para o outro jogo do grupo. Os Estados Unidos necessitavam urgentemente de um gol para roubarem a vaga dos eslovenos na próxima fase. Pressionaram a Argélia, já eliminada, e no apagar das luzes conseguiram o tão sonhado gol. Aos 45 minutos da segunda etapa, Donovan, de forma dramática, fez o gol da classificação, para delírio dos americanos e tristeza dos eslovenos. Agora, a Inglaterra enfrenta a Alemanha nas oitavas-de-final, enquanto os Estados Unidos encaram Gana.

Pelo Grupo D, a situação era a mesma. Gana jogava por um empate ou até mesmo por uma derrota contra a Alemanha, que precisava vencer, assim como a Sérvia, que enfrentou a Austrália. Os alemães tentaram pressionar os africanos, que estavam bem postados na defesa, e criaram poucas chances de gol no primeiro tempo. Enquanto isso, no outro jogo, a Sérvia perdia gols e também não saía do 0 a 0. Já na segunda etapa, aos 14 minutos, Ozil acertou um belo chute de fora da área e marcou o primeiro para a Alemanha, dando a classificação momentânea. Na outra partida, o jogo ficou aberto no segunda tempo e os gols saíram. Aos 24 minutos, Cahill marcou para os australianos. Aos 28, Holman ampliou. Desesperada, a Sérvia conseguiu descontar com Pantelic, aos 39 minutos, mas já era tarde. A vaga ficou mesmo com os alemães, que também arremataram a primeira colocação do Grupo D, e enfrentaram os ingleses. Gana é a única seleção africana a seguir em frente no Mundial e encara os EUA.

Dois confrontos muito interessantes nas oitavas-de-final. Estados Unidos e Gana prometem um jogo franco e corrido. Já o clássico entre Alemanha e Inglaterra, que até irá acontecer antes do previsto, promete ser um jogaço de bola. Com placares magros, emoções até o fim e classificações, a Copa do Mundo segue seu caminho, com a definição de mais duas seleções classificadas nesta quinta-feira.

domingo, 20 de junho de 2010

Brasil mostra outro futebol, vence Costa do Marfim, convence e carimba vaga às oitavas

O Brasil é a segunda seleção a garantir vaga para as oitavas-de-final da Copa do Mundo. Assim como a Holanda, a seleção brasileira, com a vitória por 3 a 1 sobre a Costa do Marfim, neste domingo, no Soccer City, carimbou seu passaporte à próxima fase do Mundial. O jogo serviu não só por isso, pela vaga garantida, mas também pela volta do bom futebol da seleção, que no jogo da estreia, contra a Coreia do Norte, não havia saído.

Tanto é que com menos de um minuto de jogo o Brasil teve sua primeira chance, num chute de fora da área de Robinho, que subiu e levou perigo ao gol da Costa do Marfim. Mas durante os primeiros vinte minutos da partida, a seleção africana adiantava a marcação e dificultava as ações, a saída de bola e os ataques da nossa seleção, que errava muitos passes. Até que aos 24 minutos, veio o gol do Brasil. Kaká iniciou a jogada, tocou para Robinho, que devolveu a Kaká, que deu ótimo passe a Luís Fabiano, que ganhou do zagueiro e fuzilou o goleirão africano, voltando a marcar depois de 6 jogos pela seleção. O gol ajudou a seleção a se soltar um pouco, mas não acabou com os erros de passe. A defesa brasileira continuava bastante sólida, marcando muito bem e não deixando a Costa do Marfim chegar com perigo ao gol de Júlio César, que executou apenas uma defesa no primeiro tempo.

A segunda etapa seguiu com o mesmo panorama, com ambas as seleções marcando muito forte. Então a seleção teve que apelar para o individualismo para marcar o segundo gol. Luís Fabiano recebeu bola na entrada da área, dominou (com o braço, é verdade), chapelou dois adversários, ajeitou (novamente com o braço) e soltou a bomba de esquerda, no contra-pé do arqueiro africano, marcando um golaço, o mais belo da Copa até aqui. O gol soltou de vez a seleção, que continuava marcando muito bem e chegando com perigo ao campo de ataque. E aos 17 minutos saiu o terceiro. Kaká recebeu de Michel Bastos, arrancou pela esquerda e cruzou para o meio da área, rasteiro. Elano apareceu e cutucou para as redes. Com os 3 a 0 tomados, os africanos começaram a apelar para a violência, e entravam duro nas jogadas. Elano teve que sair de campo carregado depois de uma dura entrada de Tioté, que nem falta foi marcada no lance. Michel Bastos também sofreu uma solada Keita, que apenas tomou cartão amarelo. Numa falha isolada da defesa do Brasil, Drogba, de cabeça, diminuiu para a Costa do Marfim. Mesmo com o gol tomado, a seleção não mudou sua postura, continuava tocando a bola (agora sem muitos erros de passe), chegava ao ataque, defendia com qualidade e não tomava sufoco. Mas o jogo continuava nervoso. Aos 39 minutos, Kaká tomou seu primeiro cartão amarelo por empurrão em Keita. Três minutos depois, tomou o segundo cartão do árbitro, que viu uma agressão ao mesmo Keita, e foi expulso (erradamente, é verdade). Mesmo assim, a seleção venceu, e desta vez, concenceu.

Avaliação dos jogadores: Júlio César trabalhou pouco, e como sempre, quando foi exigido, segurou muito bem. Maicon chegou mais ao ataque no primeiro tempo e defendeu mais no segundo, e foi muito bem mais uma vez. Lúcio e Juan, quase impecáveis, não fosse pelo gol de Drogba, teriam feito uma partida perfeita. Michel Bastos foi mais o oposto de Maicon, subiu e desta vez foi bem defendendo. Gilberto Silva, sempre discreto, mais muito eficiente. Felipe Melo desarmou bem, errou alguns passes na primeira etapa, mas se recuperou no segundo tempo e foi bem. Elano marcou e atacou e marcou mais uma vez. Kaká, agora sim, apareceu, chamou a responsabilidade, deu duas assistências e foi expulso injustamente. Vem se recuperando. Robinho, não tão bem quanto contra a Coreia do Norte, mesmo assim muito importante. E Luís Fabiano, o melhor da partida, trombou, brigou, encarou os africanos e desencantou. Daniel Alves entrou e foi discreto, e Ramires jogou só nos acréscimos do jogo.

A vitória garante o passaporte da nossa seleção para as oitavas-de-final da Copa do Mundo. Vitória importantíssima, que dá moral ao Brasil e deixa o time mais tranquilo e com pouco menos de pressão. Vitória convincente, contra um adversário duro e direto. Agora é definir a primeira colocação na chave contra Portugal, outro adversário difícil. O Brasil mostra neste jogo que está aí para lutar de verdade pelo hexacampeonato mundial.

Paraguai vence e se aproxima da vaga; Itália empata e se complica

Abrindo o décimo dia de Copa do Mundo, o Grupo F teve a sua segunda rodada. Paraguai e Eslováquia jogaram em Bloemfontein. O time sul-americano não tomou conhecimento dos europeus e durante todo o primeiro tempo dominou o jogo. Jogando com três atacantes, o Paraguai pressionou e criou várias boas chances de abrir o marcador, e não deixava a Eslováquia jogar. Aos 28 minutos, saiu o primeiro gol dos paraguaios, com Vera. Os eslovacos erravam muitos passes e finalizaram apenas uma vez no primeiro tempo. Na segunda etapa, os europeus voltaram mais ligados, conseguiram ter maior posse de bola e insistiam nas jogadas aéreas, mas a técnica não ajudava. O Paraguai, jogando nos contra-ataques, marcou o segundo aos 41 minutos, com Riveros. Com o resultado, os sul-americanos ficam com quatro pontos na tabela e ficam bem próximos da vaga, ficando na primeira colocação, e provavelmente evitando um confronto contra a Holanda nas oitavas-de-final. Já a Eslováquia fica numa situação bem difícil, precisando vencer a Itália na última rodada para seguir sonhando com a vaga.

Em Nelspruit, Itália e Nova Zelândia jogaram pela primeira vitória no Mundial. Para quem esperava um passeio italiano, viu a Nova Zelândia abrir o placar aos quatro minutos de jogo. Em cobança de falta, a bola passou por toda a zaga italiana, Cannavaro se atrapalhou e Smeltz aproveitou e fez 1 a 0. Depois do gol, os neozolandeses se fecharam no campo de defesa, com todos os jogadores atrás da linha do meio de campo, e seguraram a pressão italiana. Mas não por muito tempo. Com o domínio de posse de bola quase total dos italianos, aos 28 minutos, De Rossi foi puxado dentro da área. Pênalti que Iaquinta cobrou bem e empatou a partida. A postura da Nova Zelândia não mudou. A seleção permaneceu no campo de defesa, esperando a Itália, que mostrava deficiências na criação das jogadas e não levava muito perigo. Na segunda etapa, o técnico Marcello Lippi tentou mudar a cara italiana, colocando no jogo Camoranesi e Di Natale. A qualidade dos passes melhorou, a pressão continuou, mas faltava aquele último passe, um armador de verdade. Sem essa inteligência na meia-cancha, o jeito foi apelar para os chutes de fora da área, lances que levaram mais perigo ao gol da Nova Zelândia, que permanecia totalmente na defesa, também sem levar perigo nos contra-ataques. Desorganizada em campo, a Itália tentou mas não conseguiu a vitória. Com o empate, ambos os times vão com dois pontos para a última rodada, e as duas seleções ainda em chances de classificação. Os atuais campeões do mundo ainda não mostraram a que vieram nesta Copa do Mundo.

Daqui a pouco tem Brasil em campo contra a Costa do Marfim. Pra frente, Canarinho!

sábado, 19 de junho de 2010

O primeiro classificado e o primeiro eliminado no nono dia da Copa

Abrindo o nono dia do Mundial, Holanda e Japão jogaram em Durban. As duas seleções haviam vencido suas partidas na primeira rodada do Grupo D. O início do primeiro tempo foi marcado por um jogo de ataque contra defesa. A Holanda tinha a grande maioria da posse de bola e criava chances, pressionava os japoneses, que defendiam muito bem e não deixavam os principais craques holandeses jogarem. Com extrema disciplina tática, o Japão contia as investidas holandesas sem tomar grandes sustos. Vendo sua defesa muito bem postada, os japoneses então começaram a se arriscar no ataque, e conseguiram criar mais que os holandeses (na primeira etapa, tivemos oito chutes a gol, cinco do Japão). O primeiro tempo foi morno. A Holanda então voltou mais ligada e fazendo suas jogadas com mais velocidades, coisa que faltou no primeiro tempo. E, aos 10 minutos, Sneijder acertou uma bomba de fora da área, e o goleiro japonês aceitou, espalmando para dentro do próprio gol. O Japão não se abalou e conseguiu criar duas boas chances de empate na partida, fazendo o goleiro Stekelenburg trabalhar. Mas, com medo de subir muito ao ataque e deixar a defesa exposta, os japoneses diminuíram o ímpeto. A Holanda administrava, e no final do jogo as chances de gol voltaram. Aos 39 e 42 minutos, o atacante holandês Afellay, que havia entrado no lugar de Sneijder, teve duas boas bolas na frente do goleiro, que conseguiu evitar o gol por duas oportunidades. E, aos 45 minutos, Okazaki recebeu dentro da área, mas chutou por cima, acabando com a chance de empate dos asiáticos. Mesmo sem show, a Holanda consegue uma vitória importante, que garantiu sua classificação. Por sua vez, o Japão ainda briga pela vaga, com três pontos no Grupo E.

Gana e Austrália fecharam a segunda rodada do Grupo D. Na primeira etapa, os australianos começaram melhor e abriram o placar aos 11 minutos, numa cobrança de falta de Bresciano, onde o goleiro Kingson bateu roupa e deu de presente para Holman, que empurrou para as redes. Depois do gol, os australianos recuraram e permitiram Gana crescer no jogo. E, aos 25 minutos, Mensah soltou de dentro da pequena área e Kewell, em cima da linha, evitou o gol com o braço. Pênalti e expulsão do australiano. Na cobrança, Gyan deslocou o goleiro Schwarzer e empatou a partida. Com um a mais, os ganeses pressionaram e tiveram chances de virar o jogo, mas desperdiçaram. Na segunda etapa, a Austrália equilibrou as ações mesmo com um homem a menos, e Gana, apesar de ter maior posse de bola, jogava com muita lentidão e não aproveitava a vantagem. A partir dos vinte minutos finais, o jogo melhorou, com as duas equipes tentando o gol e criando oportunidades. Mas a igualdade não saiu do placar. Gana agora lidera o Grupo D com quatro pontos. Já a Austrália, com o resultado, praticamente está eliminada do Mundial.

No último jogo do dia, Camarões e Dinamarca se enfrentaram pela sobrevivência na Copa no estádio Loftus Versfeld. Precisando da vitória, os camaroneses começaram o primeiro tempo pressionando, assim como os dinamarqueses, já que as duas seleções precisavam do resultado. E aos 10 minutos, numa saída errada da zaga europeia, Eto'o marcou seu primeiro gol no Mundial e da seleção de Camarões. O gol deixou os africanos mais soltos no jogo, que arriscaram jogadas de efeito e abusaram do enfeite nas jogadas, e viram os europeus melhoraram na partida. Tanto é que a Dinamarca conseguiu o empate aos 33 minutos, com Bendtner. O final do primeiro tempo foi emocionante, com chances de gol para ambos os lados, mas o empate persistiu. A segunda etapa começou com um ritmo mais lento, e aos 15 minutos, os dinamarqueses viraram o jogo. Em um contra-ataque, Rommedahl driblou um marcador e chutou de canhota, acertando o canto do goleiro camaronês. Desesperados, os africanos se lançaram com tudo ao ataque, tiveram boas chances, mas os europeus seguraram o ímpeto dos leões, que voltaram mais cedo para casa. A "Dinamáquina" entra de vez na briga pela vaga as oitavas-de-final, que decidirá contra o Japão na última rodada do grupo.

Já com eliminados e classificados, a Copa do Mundo segue seu caminho. Amanhã tem a nossa seleção entrando em campo contra a Costa do Marfim, no Soccer City. Vamos torcer muito pelo Brasil, que precisa do resultado.

A zebra continua solta no Mundial

As seleções consideradas favoristas continuam com dificuldades nesta Copa do Mundo. No oitavo dia de Mundial, nesta sexta-feira. A começar pela Alemanha, que enfrentou a Sérvia em Durban. Na primeira rodada, os alemães haviam goleado a Austrália por 4 a 0 e mostrado o melhor futebol até então, junto com a Argentina. Impondo seu ritmo, os germânicos tinham a mairo posse de bola, mas criaram poucas chances. A Sérvia se limitava em se defender. A Alemanha até conseguiu um gol, com Klose, mas acabou sendo anulado. E aos 36 minutos o atacante, na tentativa de ajudar a marcação, fez falta dura em Stankovic, e como já tinha cartão amarelo, acabou sendo expulso. Dois minutos depois, Jovanovic, sozinho dentro da pequena área, marcou o primeiro gol dos servos. A Alemanha então criou um blitz para tentar o empate ainda no primeiro tempo, mas não fez o gol. Na segunda etapa, o panorama não mudou, e os alemães continuavam em cima e criando várias oportunidades do empate na partida. Na melhor delas, aos 14 minutos, Vidic pôs a mão na bola dentro da área. O árbitro não teve dúvidas e marcou o pênalti. Na cobrança, Podolsky bateu muito mal e Stojkovic defendeu com facilidade. Na tentativa de colocar o time mais a frente, o técnico Joaquim Low colocou no jogo o brasileiro Cacau, mas não conseguiu nenhum resultado, ainda deixando espaços para os contra-ataques da Sérvia, que poderia até ter ampliado. O resultado embola o grupo. A Alemanha tem vantagem pelo saldo de gols. Os germanicos foram prejudicados pela expulsão infantil de Klose, e a Sérvia soube aproveitar e agora tem chances reais de classificação.

No jogo das 11 horas, pelo Grupo C, Estados Unidos e Eslovênia se enfrentaram no Ellis Park. Melhor em campo, a seleção europeia abriu o placar logo aos 12 minutos, num lindo chute de Birsa. Os EUA não tinham criatividade na armação das jogadas e esbarravam na zaga da Eslovênia, que estava sólida e saia nos contra-ataques. A partir dos 35 minutos, os norte-americanos acordaram na partida e pressionaram, criando oportunidades de gol. Mesmo melhorando dentro de campo, os Estados Unidos acabaram tomando o segundo gol aos 41 minutos, num rápido contra-golpe, onde Novakovic tocou na saída de Howard. As substituições para a segunda etapa deram certo, e os americanos diminuíram o placar logo aos 2 minutos, com o craque do time, Donovan, acertando uma bomba sem ângulo. A partida então se tornou um jogo de ataque contra defesa, com os EUA pressionando muito os europeus. De tanto insistir, aos 35 minutos, conseguiram o empate, como o filho do técnico norte-americano, Bradley. Aos 40, os americanos viraram o jogo, mas, inexplicavelmente, o bandeira marcou um impedimento inexistente. A Eslovênia tinha a vaga nas mãos, deixou escapar a vitória, mas ainda segue com chances de classificação. Os Estados Unidos brigarão com a Inglaterra e com a própria Eslovênia pela vaga as oitavas-de-final.

No outro jogo do Grupo C, Inglaterra e Argélia. mediram forças na Cidade do Cabo. Para quem esperava um goleada inglesa, viu um jogo completamente diferente. A Inglaterra tomava a iniciativa da partida, mas esbarrava na boa marcação da Argélia, que levava a melhor em quase todas as jogadas. Com nove jogadores defendendo, os argelinos, quando tinham a bola, se mandavam, mas não conseguiram criar boas chances. Por sua vez, os ingleses erravam passes bobos e faltava criatividade por parte dos seus meias, principalmente Lampard e Gerrard, que ainda não foram bem. Na única oportunidade do primeiro tempo, Lampard acertou chute de fora da área e o goleirão africano esplamou. Também num chute forte de fora, a Argélia teve sua chance, mas não aproveitou. E só. Para a segunda etapa, os argelinos adiantaram a marcação e conseguiam intercepatar as bolas, mas faltava qualidade na hora de criar. A Inglaterra insistia nas jogadas pelo meio, e facilitava a vida da zaga da Argélia. Sonolento, os ingleses não criavam, irritando seu torcedor, e seus principais jogadores continuavam apagados na partida. Fábio Capello ainda não conseguiu transformar um bando de craques numa equipe de verdade. Agora, a classificação da Inglaterra, que parecia fácil, está complicada. Os ingleses terão que vencer a Eslovênia para garantir sua vaga. A Argélia já ganhou sua Copa, conseguindo um empate heróico. Pelo jeito, a zebra continua solta da África do Sul.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Os opostos dos favoritos no sétimo dia do Mundial

O sétimo dia de Mundial foi aberto com um gigante em campo. Argentina e Coreia do Sul se enfrentaram em Joanesburgo. No início, a partida estava muito sonolenta, e pouca coisa aconteceu. Somente aos 17 minutos o primeiro lance empolgante do jogo. E logo de cara um gol. Em cobrança de falta, Messi cruzou e o atacante sul-coreano botou de canela para o próprio gol. Então os argentinos acordaram e tomaram conta do jogo, tendo como principais destaques Di María e Tevez. E, aos 33, veio o segundo. Em novo cruzamento de Messi, a bola passou por toda a zaga e ficou limpa para Higuaín cabecear e botar para as redes. Mesmo bem marcado, o melhor do mundo tentava jogadas individuais e aparecia na partida. Dona do jogo, a Argentina acabou sendo vítima de sua própria ineficiência. No seu ponto fraco, a defesa, aos 46 minutos, o zagueiro Demichelis cochilou e perdeu a bola para Chung-Yong, na frente da área. O sul-coreano só tocou na saída de Romero e diminuiu o marcador, deixando o torcedor argentino com a pulga atrás da orelha.

Mesmo com o gol tomado no final do primeiro tempo, nossos hermanos voltaram com o mesmo ímpeto para a segunda etapa, atacando muito a Coreia, que até criou uma boa oportunidade no início, mas não aproveitou. Maradona então sacou Tevez, cansado, e pôs Aguero. E foi justamente com ele que saiu a jogada do terceiro gol, aos 31 minutos. Ele tabelou com Messi, chutou, o goleiro defendeu. A bola voltou para Messi, que arrematou na trave, e sobrou limpa para Higuaín, praticamente em cima da linha, empurrar, ampliando o placar. E, aos 35, em nova trama de Messi e Aguero, o camisa 10 botou na área para Higuaín escorar de cabeça, marcando o quarto dos argentinos, e o seu terceiro no Mundial e na partida. O jogo mostrou o grande poder de fogo do ataque da Argentina, que com certeza pode ir longe nesta Copa do Mundo, com Messi chamando a responsabilidade, auxiliado por excelentes jogadores, como Tevez, Aguero e Higuaín, e ainda Milito como opção. Por outro lado, a defesa argentina deu sinais de deficiência, com Demichelis falhando e Samuel saindo machucado. É a preocupação da seleção. Mesmo assim, nossos hermanos estão classificados para as oitavas-de-final, mostrando um futebol rápido e envolvente.

No segundo jogo do dia e do Grupo B, a Grécia, que no jogo contra a Coreia do Sul parecia que estava na África do Sul apenas para passeio, conseguiu sua primeira vitória em Copas. Venceu a Nigéria e está viva na disputa pela classificação. No primeiro tempo, a Nigéria abriu o marcador aos 17 minutos, numa falta cobrada por Uche, que passou por toda a zaga grega e acabou no gol. Com o domínio da partida, os nigerianos tiveram Kaita expulso num lance totalmente desnecessário, onde o jogador chutou um adversário já fora do campo. A expulsão acabou totalmente com o jogo da Nigéria, que não aguentou e tomou a virada. Nos acréscimos do primeiro tempo, Salpingidis chutou de fora da área, a bola desviou na zaga e matou Enyeama. E, aos 26minutos do segundo tempo, Torosidis aproveitou falha do goleiro nigeriano e sacramentou a primeira vitória grega nos Mundiais. A Grécia está mais do que nunca com chances de classificação as oitavas-de-final. Aproveitou a vantagem numérica em campo e tomou conta da partida, sufocando e conseguindo o resultado. A Nigéria, que ainda tem chances de classificação, se não fosse pela expulsão, poderia ter vencido o jogo e ter mais chances. Coisas da Copa do Mundo. Um lance impensado pode mudar todo o rumo de uma partida.

No último jogo do dia, pelo Grupo A, França e México mediram forças. Mesmo com três atacantes, o México esperava a França e jogava nos contra-ataques, que surpreenderam os franceses no primeiro tempo, criando inúmeras oportunidades de gol, principalmente com Giovanni dos Santos, Vela e Franco. A França mantinha a equipe no campo de ataque, mas não criava. Mas, da metade até o final da primeira etapa, o jogo caiu de qualidade, com as defesas se sobressaindo aos ataques, com os franceses com mais posse de bola e interceptando melhor as investidas mexicanas. Na segunda etapa, o técnico mexicano, vendo seu ímpeto ofensivo diminuir, pôs mais dois atacantes e foi com tudo para cima dos franceses. E deu certo. Aos 19 minutos, Rafa Márquez lançou Hernández, que teve toda a calma do mundo, driblou Lloris e abriu o placar. Desesperado, Raymond Domenech botou em campo mais um atacante, e na tentativa de empatar a partda, acabou tomando o segundo. Aos 37 minutos, o veterano Blanco, que havia entrado no segundo tempo, ampliou de pênalti. Entregues em campo, os franceses não criaram mais nada, e os mexicanos só tocaram a bola esperando o apito final do árbitro. Com o resultado, o México agora joga por um empate contra o Uruguai, que também joga por uma igualdade, para se classificar. Haverá um "jogo de compadres" na última rodada? A França vê o filme de 2002 se repetir, correndo sério risco de cair precocemente na primeira fase do Mundial. Com um time fraco e sem criatividade, os franceses estão fazendo por merecer ficarem de fora das oitavas da Copa. Enquanto isso, o México, com um futebol extremamente ofensivo, deve ir além e encomodar os grandes.

Os opostos dos favoritos neste sétimo dia de Copa do Mundo. Enquanto a Argentina vai encantando com seu futebol hábil, hágil e ofensivo, a França se arrasta em campo, ficando muito aquém do esperado. São momentos e situações que só o Mundial pode proporcionar.

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Não tendo tempo para postar sobre o sexto dia da Copa, faço agora um resumaço da quarta-feira que já passou. Tivemos a estreia do Grupo H, com Chile e Honduras e Espanha e Suiça. Como já era de se esperar, o Chile venceu por 1 a 0 e começou bem o Mundial, mostrando ter um bom time para fazer bonito. A Espanha foi surpreendida e acabou derrotada pela Suiça. Mesmo com o domínio total de todo o jogo, os espanhóis abusaram no toque de bola excessivo e tomaram o gol numa desatenção da zaga. Quem deve pagar o pato na próxima rodada deve ser a seleção de Honduras. Os suiços brigarão pela vaga, e podem decidir o futuro do grupo. Na outra partida, do Grupo A, a anfitriã África do Sul perdeu para o Uruguai por 3 a 0, mais uma vez mostrando muitas deficiências no sistema defensivo. A classificação dos bafana bafana ficou bem difícil. Já os uruguaios praticaram um bom futebol, com um ataque poderosos, liderado por Forlán, e agora joga por um empate pela vaga.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil vence na estreia, mas não convence ninguém

A estreia da seleção brasileira no Mundial era muito aguardada por todos. Ela aconteceu nesta terça-feira, no estádio Ellis Park, em Johannerburgo. Os torcedores esperavam uma partida com dificuldades, é claro, muito por se tratar de uma estreia, e não do adversário sem expressão nenhuma no futebol.

Mas os misteriosos norte-coreanos, quem diria, deram trabalho a nossa seleção. Vamos falar do jogo. Na primeira etapa, como já era de se esperar, o Brasil mostrou um certo nervosismo, errando passes, mas tendo a bola nos pés. Tudo normal até então, se tratava do primeiro jogo na Copa. Mas a ansiedade demorou mais que o esperado para passar. Mais precisamente só na segunda etapa. Durante todo o primeiro tempo, a seleção mostrou um futebol burocrático, com passes e mais passes (muitos deles errados, é verdade), sem chegar no gol adversário, não oferecendo nenhum perigo a Coreia do Norte, que impôs velocidade quando tinha a bola no ataque e tentava assustar a defesa brasileira, mas também não obteve sucesso. Encurralada na retranca asiática, o Brasil tentava de todas as formas, mas não conseguia sequer acertar uma bola ao gol adversário. Somente Maicon fez o goleiro norte-coreano trabalhar, em um chute cruzado. Além do lateral-direito, Robinho foi o mais ativo da seleção no primeiro tempo, caindo pelas duas pontas e pelo meio, mas também parava na forte marcação. Kaká errava quase todos os seus passes, assim como Elano. Luís Fabiano, isolado, não conseguia jogar. Apreensão por parte de todos no fim do tempo.

Veio a segunda etapa. O Brasil voltou sem alterações, mas com uma postura diferente. Mais ligada e objetiva, logo no ínicio sufocou os norte-coreanos no seu campo de defesa, finalizou, mas sem aquela qualidade desejada e precisa para sair o gol. De tanto tentar, a seleção foi premiada aos 10 minutos. Numa das inúmeras passadas de Maicon pela direita, o lateral recebeu em velocidade, e sem nenhum ângulo, chutou cruzado, num chute seco e forte, enganando o goleiro, que saiu na tentativa de interceptar um possível cruzamento, e foi enganado pela bola, que foi para o fundo das redes. Com o 1 a 0 no placar, os brasileiros se soltaram um pouco, tentaram algumas jogadas de efeito, e continuavam em cima da Coreia, que não oferecida perigo nenhum e mal passavam do meio-de-campo. E aos 26 minutos, Robinho fez excelente passe para Elano chutar cruzado, rasteiro, para marcar o segundo da seleça. Dunga então promoveu as entradas de Daniel Alves, Ramires e Nilmar, nos lugares de Elano, Felipe Melo e Kaká, respectivamente. Com as substituições, o time ganhou em velocidade e criava mais chances, mas perdeu em marcação. E aos 42 minutos, Ji Yun Nam aproveitou o cochilo da zaga brasileira e marcou o de honra dos norte-coreanos. Não dava tento para mais nada. Mesmo sem brilho, o Brasil conseguiu passar com uma importante vitória na primeira partida na Copa do Mundo e lidera o Grupo G.

Ainda falando do jogo, analisando os jogadores da seleção. Júlio César, voltando de contusão, não foi exigido. Maicon, o melhor da partida, atacou muito bem, como sempre, e foi decisivo. Cochilou no gol da Coreia assim como toda a zaga brasileira. Lúcio e Juan, quase perfeitos nos desarmes, terão mais dificuldades daqui pela frente. Michel Bastos, contestado, foi bem no apoio ao ataque, mas ainda falha e deixa espaços na marcação. Gilberto Silva, discreto, bem na defesa, ainda deixando alguns buracos, e muito bem no passe. Felipe Melo, muito bem nos passes e inversões de jogo, mas falho nos desarmes. Elano, mal na primeira etapa, subiu de qualidade no segundo tempo e foi decisivo. Kaká, nossa principal estrela, errou quase todos os seus passes no primeiro tempo, apareceu mais no segundo, correu muito, mas precisa melhorar muito. Robinho, jogou quase como um meia no segundo tempo, criou, sassaricou e foi muito bem. E Luís Fabiano, preso na marcação, tentou, teve sua chance, mas não aproveitou para tirar sua seca de gols. Dos que entraram no segundo tempo, Daniel Alves entrou bem, deu velocidade e criatividade ao time. Nilmar idem. E Ramires pouco apareceu no jogo, ainda tomando um cartão amarelo. Sabemos que essa só é a primeira partida no Mundial, difícil analisarmos apenas por um jogo. Poderam haver evoluções, mas já temos uma noção de nossos jogadores.

Dunga reconheceu que a seleção precisará melhorar para as próximas partidas desta primeira fase, contra Costa do Marfim e Portugal, adversários bem mais qualificados do que a Coreia do Norte. Não haverá moleza. O Brasil ainda foi beneficiado com o empate entre portugueses e marfinenses, e saiu na frente. Mas diante da velocidade dos africanos e da individualidade dos europeus, nossa seleção poderá sofrer para vencer as partidas. Esperamos que seje apenas pela estreia. A seleção brasileira venceu, mas não convenceu ninguém.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O quarto dia do Mundial

Quarto dia de Copa do Mundo. Nesta segunda-feira tivemos a abertura de mais dois grupos, D e E, e a estreia de mais dois gigantes candidatos ao título Mundial. O dia começou com a abertura do Grupo D, com Holanda e Dinamarca, no estádio Soccer City. Como costume, a laranja entrou em campo com três atacantes (Kuyt, Van Persie e Van der Vaart), e ainda com Sneijder jogando no ataque. Robben foi poupado pela lesão num amistoso antes da Copa. Se a Holanda veio super ofensiva, a Dinamarca optou por vir com apenas um atacante, Bendtner. Mesmo assim, não se retraiu na primeira etapa, também buscando o gol. Passada a ansiedade da estreia, os holandeses mostraram sua imensa qualidade de toque de bola, ficaram com a pelota a grande maioria do tempo, tocavam de pé em pé em busca de uma brecha na zaga adversária. Conseguiu criar três boas chances de gol, com Kuyt, Van Persie e Van der Vaart. Mesmo praticamente dominada, foi a Dinamarca que criou as principais oportunidades de gol no primeiro tempo, obrigando o goleiro Stekelenburg a trabalhar. A Holanda voltou a assustar no final da primeira etapa, novamente com Van Persie.

Não conseguindo furar o bloqueio dinamarquês, e sofrendo com os contra-ataques, a Holanda contou com a sorte para abrir o placar. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Van Persie cruzou para a área, Poulsen se atrapalhou, cabeceou para trás e acabou acertando o companheiro Agger. A bola bateu nas costas do zagueirão da Dinamarca e entrou mansamente no gol, ainda batendo na trave antes de tocar o fundo das redes. O gol abateu a zaga dinamarquesa, que errava e permitia as investidas holandesas, que atacavam e desperdiçavam chances de ampliar, quase sempre com Van Persie, que se mostrou o mais perigoso. O atacante do Arsenal até marcou o seu, mas acabou anulado. Van Bommel e Sneijder, com uma bola no travessão, continuavam tentando ampliar o marcador. Finalmente, aos 39 minutos, Kuyt fez o segundo gol holandês e fechou a conta, garantindo os primeiros pontos no Mundial. A Holanda precisou de um lance de sorte para deslanchar e mostar seu melhor futebol na partida. Daqui para frente, tem tudo para melhorar. Já a Dinamarca tem tudo para lutar pela segunda vaga no Grupo D.

No outro jogo do Grupo D, os considerados "azarões", Japão e Camarões mediram forças em Bloemfontein. A partida começou amarrada no meio-de-campo, com Camarões mais ofensiva, tentando atacar, e o Japão na retranca, afunilando o meio e parando bem as investidas sofridas. Os africanos chegava mais a área adversária, mas não conseguiam arrematar a gol. O jogo seguia equilibrado, sem chances de abertura do marcador, até que aos 37 minutos, Eyong bateu e Kawashima fez boa defesa para os japoneses. No minutos seguinte, Honda dominou dentro da área e tocou na saída do goleiro, abrindo o placar para o Japão. No início da segunda etapa, o principal jogador em campo, Eto'o finalmente apareceu. Fez ótima jogada, passou por três marcadores e rolou para trás, para seu companheiro arrematar por cima, desperdiçando boa chance. Camarões tinha maior posse de bola e chegava ao ataque, mas a defesa japonesa estava muito bem postada em campo e não sofreu sustos. Somente aos 40 minutos, a Jabulani quase enganou o goleiro Kawashima. Num chute com efeito de Mbia, a bola bateu no travessão, evitando o empate camaronês. Aproveitando as chances e segurando bem atrás, o Japão mostrou que pode brigar por uma das vagas as oitavas-de-final. Camarões, mesmo com a derrota, não está fora, mas a situação ficou bem mais difícil, pois agora vem pela frente Dinamarca e Holanda.

Mais tarde, foi a vez da atual campeã entrar em campo. Abrindo o Grupo E, Itália e Paraguai se enfrentaram na Cidade do Cabo. Diferente de sua característica, os italianos partiram para cima e tentaram mostar força no ataque na primeira etapa. Tendo a maior parte da bola no pé, os jogadores italianos tocavam a bola de um lado para o outro, mas não conseguiram furar o bloqueio paraguaio. Sem Pirlo, o principal armador do time, as coisas ficaram mais difíceis. O Paraguai conseguiu chegar ao ataque com perigo duas vezes, assim como a Azzurra, que tinha mais posse de bola, mas não se aproveitava disso, tentando chuveirinhos para a área. Mesmo apático, foi o Paraguai que abriu o placar. Aos 39 minutos, numa cobrança de falta, bola alçada na área e Alcaráz subiu mais que a até então perfeita zaga italiana para fazer o primeiro.

As coisas não iam bem para a Itália, que no intervalo perderam sua principal estrela, Buffon, com um problema no nervo ciático. Nervosa, nas oportunidades que tinha, desperdiçava. O Paraguai, mais tranquilo com o gol, tinha a posse de bola e não tinha pressa, e ainda assustava nos ataques. Mas, aos 17 minutos, os italianos deram a respostas. Após cobrança de escanteio, o goleiro Villar saiu atrapalhado do gol e deu a bola de presente para De Rossi, que escorou e empatou a partida. Os paraguaios então apelavam para os chutões, enquanto a Azzurra, com três atacantes, tomava conta do campo ofensivo, mas não criava. Apenas em um chute de Montolivo, que Villar espalmou. O empate acabou sendo justo pelo que as duas seleções apresentaram. Num jogo com poucas chances de gol, a Itália tentou fugir de sua característica e atacar, mas não teve muita qualidade. E o Paraguai optou por defender mais, e poderia ter saído com um resultado melhor, por ter um bom ataque. Um ponto para cada na conta do Grupo E.

Amanhã teremos mais três partidas, com de costume, com a complementação da primeira rodada do Grupo E e a abertura do Grupo F, com o Brasil em campo. Vamos torcer muito para a nossa seleção contra os misteriosos norte-coreanos. Ao som das vuvuzelas, vamos Brasil!

domingo, 13 de junho de 2010

Alemanha mostra o melhor futebol e goleia Austrália na estreia

Fechando a rodada de domingo da Copa do Mundo, Alemanha e Austrália fizeram suas estreias no Mundial, em Durban. Mesclando jogadores rodados e jovens talentos, a Alemanha entrou em campo para decidir de vez a partida. E logo aos 8 minutos, Muller, jovem revelação do Bayern de Munique, cruzou para Podolski, já velho conhecido da torcida, desde a Copa de 2006, emendar e soltar a bomba para marcar o primeiro gol alemão no Mundial. A Austrália até que jogava bem, colocava a bola no chão e criava chances de gol, não concluídas com sucesso pelos seus homens de frente. A Alemanha não fazia por menos e também criou inúmeras oportunidades, também desperdiçadas. Até que aos 26 minutos Lahm cruzou na área e o artilheiro Klose se antecipou ao goleiro Schwarzer e marcou o segundo dos alemães, seu 11º gol em Copas, ficando a apenas quatro gols de Ronaldo, maior artilheiro dos Mundiais. A Alemanha continuava jogando com classe, tocando a bola de pé em pé, mostrando qualidade técnica e criatividade. Ainda perdeu mais duas boas chances, com Özil e Kherida. Um futebol coletivo muito bom.

Para a segunda etapa a Austrália voltou com a marcação adiantada e retomou parte da posse de bola, criando chances de gol. Mas a expulsão de Cahill aos 11 minutos acabou de vez com as prentenções do time na partida. E os bávaros aproveitaram a vantagem numérica dentro de campo para ampliar o placar. Aos 23 minutos, Muller recebeu na entrada da área, deu um corte seco no zagueiro e tocou com categoria no canto. A bola ainda bateu na trave antes de entrar no fundo das redes, fazendo o terceiro. Com a partida praticamente resolvida, o técnico Joachim Löw promoveu a entrada do brasileiro naturalizado Cacau no lugar de Klose. E logo na sua primeira jogada o brasileiro fez o seu, após cruzamento rasteiro de Özil, fechando a conta. A partir daí, os alemães apenas tocaram a bola e administraram a excelente vitória na estreia do Mundial.

A Alemanha mostrou o melhor futebol das seleções que jogaram até aqui. Com uma defesa sólida, um meio-de-campo criativo e inteligente e um ataque matador, os alemães podem ir longe nesta Copa do Mundo, mesclando muito bem jogadores experientes e jovens promessas. Mesmo sem muito alarde, a Alemanha mostrou que vem com tudo para fazer bonito nesta Copa, e quem sabe conquistar seu quarto título Mundial.