A América mais uma vez é vermelha

A América do Sul é vermelha novamente. O Internacional venceu o Chivas Guadalajara por 3 a 2 no jogo de volta e conquistou pela segunda vez na sua história a Libertadores da América. Com uma avalanche de torcedores no Beira-Rio, a festa foi completa, e agora o colorado espera o final do ano para disputar mais uma vez o título mundial.

O jogo da quarta-feira foi parecido com a partida de ida da final. Pelo menos o primeiro tempo. O Internacional jogando melhor, mas muito nervoso, e não conseguindo criar grandes chances de gol, e o Chivas marcando mal, mas aparecendo no ataque com perigo. Errando passes bobos e se afobando no toque de bola, o colorado sentiu a pressão da decisão, não segurou a onda e acabou sofrendo o gol. Aos 42 minutos, Fabián girou bonito em cima do zagueiro Índio e, com um belo chute, abriu o placar, calando o lotado Beira-Rio, deixando um ar de apreensão na parte brasileira da final.

Mas, novamente como no jogo no México, Celso Roth mexeu com os brios dos jogadores e o Inter voltou mais ligado na segunda etapa, pressionando o adversário, que não conseguia mais criar, e chegando com perigo em busca do gol de empate, que não demorou muito para vir. Surgiu aos 16 minutos. Bela trocas de passes do meio-de-campo gaúcho, até que a bola chegou na esquerda para Kléber cruzar rasteiro e Rafael Sóbis botar o pé e desviar para as redes, e recolocando a taça novamente nas mãos do colorado. Euforia no gigante. Logo após o gol, o Inter deu impressão de ter recuado, situação que logo foi retrucada por Celso Roth, que ordenou que seus jogadores continuassem atacando. Mesmo assim, os mexicanos partiam com tudo para o campo ofensivo, e deixavam muitos espaços para os contra-ataques vermelhos. E foi assim que a virada veio. Aos 30 minutos, o suplente Leandro Damião, que havia substituído Sóbis, aproveitou passe errado na zaga do Chivas, partiu em velocidade para o gol e chutou com força na saída do goleiro, fazendo o vira-virou colorado, como ocorreu no México, na semana passada, e dando tranquilidade para o título que viera. Com o domínio do jogo, tocando a bola com calma, o Internacional ainda marcou o terceiro, aos 45 minutos, com o "iluminado" Giuliano, que passou no meio de dois marcadores e tocou por cima do arqueiro mexicano, selando a festa colorada. Ainda deu tempo para Araujo diminuir para o Chivas aos 47. Mas nada que pudesse impedir a grande conquista do Inter, bicampeão continental.

O título coroa um trabalho que desde o ínicio do ano foi demarcado. Primeiramente sob o comando de Jorge Fosatti, mas o uruguaio não teve sucesso. E veio Celso Roth, que mesmo com muita desconfiança da torcida, conseguiu fazer um ótimo trabalho e conduzir os gaúchos e mais esta grande conquista. Além do treinador, o grupo de jogadores do Inter também, é claro, está de parabéns. Um dos times, senão o time mais qualificado do Brasil, com atletas da altura do colorado, mesclando juventude e experiência de velhos conhecidos da torcida, reservas a altura, mostrando que apenas onze jogadores não fazem um grupo campeão. Também glorificando o grande trabalho da diretoria colorada.

Agora, as forças voltam ao Campeonato Brasileiro, e com este time, o Inter pode brigar sim por mais um título. Mas fica difícil tirar a cabeça de dezembro, do Mundial de Clubes, num possível confronto contra o outro Inter, o da Itália, campeão europeu. Que a história se repita como em 2006, quando o colorado venceu de forma heroica o Mundial. Que mais uma vez o colorado pinte o mundo de vermelho e faça a grande massa ainda mais feliz.

Parabéns ao Internacional, Bi-campeão da Libertadores da América, com todos os méritos.